14 março 2025, 13:35
Federação esclarece palavras de Martínez sobre Tomás Araújo
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Roberto Martínez explica opções para os dois jogos com a Dinamarca, nos quartos de final da Liga das Nações
Há poucas horas soube-se da mudança do Quenda para o Chelsea. Ainda não lhe deu minutos na Ssleção principal. Sente que por aquilo que ele tem feito no Sporting está preparado, neste momento, para se estrear pela Seleção?
O que podemos controlar é a lista. O Geovany Quenda é um jogador que está a crescer muito. Cresceu ainda mais depois do último estágio. Aos 17 anos, ficar na Seleção em dois estágios mostra potencial e o que nós pensávamos dele. Agora faz parte da competitividade no treino, do trabalho, do adversário e do que vamos fazer contra a Dinamarca. Há muitos aspectos. Mas, é invulgar encontrarmos jogadores tão jovens, e estamos a falar de jogadores Sub-18, que estão em destaque na nossa Liga. O Geovany Quenda, o João Simões, o Rodrigo Mora... Gostaria de utilizar esses jogadores também. É uma pena o João Simões estar lesionado e o Rodrigo Mora dispensado. Mas, faz parte da formação no futebol português. O Geovany Quenda é um jogador que estamos a acompanhar desde janeiro de 2023, antes de jogar na primeira equipa do Sporting. Gosto muito e agora é um exemplo da formação dos jogadores que temos na Liga e na Seleção acompanhamos isso. A idade não é um problema. É um aspecto da qualidade e do compromisso de trabalhar duro.
Como é que está a antever para Portugal esta eliminatória com a Dinamarca?
É uma equipa competitiva, que tem um treinador novo, mas tem os mesmos conceitos. A Dinamarca tem muita personalidade. Uma equipa que, como sabemos, em Copenhaga, tem um ambiente espetacular. Jogadores muito experientes e agora jogadores novos. Já vimos jogadores que estão a aparecer como o Conrad Harder. Precisamos de estar ao nosso melor nível e esse é um desafio muito bom para nós.
Não chamou o Tomás Araújo, mas chamou, por exemplo o António Silva. Há alguma razão especial? Tem a ver com problemas físicos?
Sim, sim. O Tomás Araújo não está lesionado, mas tem uma lesão crónica. Temos uma boa relação com todos os clubes. Já fizemos isso com o Gonçalo Inácio no último estágio. O Tomás Araújo agora não está disponível para a Seleção, mas, não estou a dizer que ele está lesionado. Eu estava no jogo do Benfica contra o Barcelona, e o Tomás teve que sair antes do fim do jogo. Tem problemas, precisa descansar e de recuperar. A decisão é ajudar na recuperação do Tomás Araújo para poder ficar a 100%. O António Silva fica na Seleção porque os seus desempenhos na Seleção justificam a sua presença. O António é um jogador jovem, mas, com muita experiência.
[Entretanto a FPF explicou que a expressão «lesão crónica» não foi a mais correta, argumentando ter-se tratado de um erro de tradução, reforçando que o problema de Tomás Araújo tem a ver com sobrecarga, não se tratando de algo crónico, ou seja, que é incurável.]
14 março 2025, 13:35
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Havia algumas dúvidas relativamente à situação física do Renato Veiga e do Francisco Conceição, que estão nesta lista. Convoca 26 jogadores para ter alguma margem de gestão física dos jogadores?
O estágio de março tem desafios inerentes. Precisamos de 26 jogadores porque há jogadores que não podem jogar dois jogos em 72 horas. Precisamos de gerir isso. O Renato Veiga já treinou sete dias e está perfeitamente, mas estamos a falar de jogar dois jogos. Do Chico [Francisco Conceição] temos uma informação muito positiva. Já treinou com a equipa e esperamos que fique no banco no fim da semana. E também há uma situação importante que é termos 10 jogadores com cartões amarelos. Isso quer dizer que podemos perder muitos jogadores no primeiro jogo. Então, precisamos de trabalhar da melhor forma para ajudar a nossa equipa a ganhar.
Como é que têm sido estes primeiros dias com o novo presidente Pedro Proença. Sente que está num período de avaliação por ter sido contratado por outro presidente?
Está a correr bem e como esperado. Estamos a falar da chegada do novo presidente, da nova direção, de pessoas novas, mas os objetivos são os de sempre. O presidente está a transmitir tranquilidade e todas as condições necessárias para obter os objetivos que queremos. Está a começar a relação com o presidente, mas tudo está a correr bem.
Chegar a estes 26 convocados foi uma tarefa mais difícil do que aquela que desejava, por causa das lesões?
Não, não. Queremos isso. Estamos a falar de jogadores como o João Cancelo, o Otávio, o Tomás Araújo, que ficam de fora lesionados, mas o que nós queremos é criar um grupo com muita competitividade. Queremos um trabalho difícil. O processo da escolha é muito meticuloso, profissional e com responsabilidade. Durante os três últimos estágios, utilizámos 30 jogadores. Estamos a falar de 30 jogadores com minutos, mais 4 jogadores, sem minutos, convocados e preparados. Agora temos uma limitação no número de jogadores que podemos convocar. Se pudesse convocar todos, chamava, porque eles merecem, mas não é possível. Faz parte do que nós queremos criar, um grupo competitivo que possa manter o nível quando há jogadores que ficam de fora.
No onze que espera utilizar frente à Dinamarca vai aproveitar as dinâmicas criadas nos clubes, por exemplo no PSG, e dessa forma juntar João Neves e Vitinha no meio-campo?
Eu adorei o desempenho do PSG e dos nossos jogadores, mas precisamos lembrar que a dupla de Vitinha e João Neves começou na Seleção, antes do PSG. Estamos a falar de Alvalade. Junho de 2024. É a primeira vez que vimos e sentimos uma química especial. Mas, agora estamos a falar de uma dupla de alto nível. É um contexto diferente, temos jogadores diferentes e precisamos equilibrar o onze. Para um selecionador e uma equipa técnica é fantástico ver a exibição dos nossos jogadores na Liga de Campeões. Acho que o Vitinha agora é o maestro do futebol europeu. O homem da batuta! Gosto muito disso, mas não é uma coisa nova. O Vitinha já foi o homem do jogo contra a Chéquia, no Europeu. Já vimos o Nuno Mendes jogar numa posição diferente, que agora utiliza o clube também. É muito importante ver os jogadores crescerem nos espaços dos clubes, mas também em relação ao que eles estão a fazer na Seleção. Estamos muito orgulhosos.
O Tomás Araújo tem jogado no Benfica fora da posição de origem. Quando voltar à Seleção pode ser prejudicado por isso?
Não. É uma questão tática. Um jogador no seu clube precisa de afinar e equilibrar em uma posição tática, um conceito tático. O que nós avaliamos é a experiência, o desempenho para o Tomás Araújo jogar na Liga de Campeões, em jogos como contra o Barcelona que lhe dão uma experiência brutal. É o que ele precisa. Jogar numa posição que o ajuda a crescer. Acho que o Tomás Araújo está a melhorar muito com a possibilidade de jogar numa posição que é diferente da que normalmente desempenha. Não é uma situação negativa, mas se calhar é uma situação positiva.
A Dinamarca tem um novo selecionador e tem vários jogadores estreantes nesta convocatória. Está confortável com o conhecimento que tem sobre este adversário e pode assumir o favoritismo de Portugal?
Conheço bem a Dinamarca. Um novo treinador, mas os mesmos conceitos. A Dinamarca é uma equipa que é fácil conhecer o que tenta fazer e gosto muito do estilo. Mas, temos de utilizar a nossa experiência, equilibrar brm a equipa e ter boa intensidade. Não é o adversário, é o que nós podemos fazer.
Rui Silva regressou em janeiro a Portugal para jogar no Sporting. Gostava de saber se isso foi positivo para ele e se agora olha para ele como o número 2 do Diogo Costa?
O Rui Silva é um jogador experiente. A sua chegada em Portugal foi muito importante, não só a nível futebol, mas também a nível pessoal. É um desafio importante para o Rui. Ajuda sempre jogar na Liga de Campeões. Ajuda muito tentar ganhar um campeonato. Ajuda muito a exigência que ele tem na baliza do Sporting. Mas, o papel do Rui continua a ser muito positivo no espaço da Seleção.
A Dinamarca tem dois jogadores do Sporting, o Hjulmand e o Harder. Como tem visto o desempenho destes dois jogadores?
É uma seleção que tem um investimento muito alto no estilo de jogo com as equipas da formação. Eu conheço muito o que elas tentam fazer e é por isso que os jogadores novos se enquadram muito bem no estilo do novo treinador. A nossa ambição é querermos ganhar o jogo, porque a possibilidade de jogar uma final four é importante para nós.
O João Félix continua a ser chamado, mesmo não estando num bom momento no clube. Não pode demonstrar que há lugares garantidos na Seleção?
Não. Não há lugares garantidos. Acredito muito nas valências do João Félix, porque tem qualidade. É um jogador que, a jogar entre linhas, é muito diferente e especial. A razão do João Félix continuar na Seleção é o que ele fez no último estágio. O João Félix fez o melhor estágio dos meus últimos anos como selecionador de Portugal. O golo contra a Croácia, o trabalho durante o estágio. É importante para nós avaliar isso. O João Félix não está a ter momentos constantes. Tem momentos muito bons. Três meses de alto nível no Barcelona e tem uma estrela incrível no Milan. O que está a fazer no clube é uma situação da sua carreira. Mas, a convocatória do João Félix na Seleção é pelas suas valências e o que ele está a fazer durante o tempo com a Seleção.