Bruno a resolver à bomba sob a luz de Félix e Bernardo: os destaques de Portugal
Médio do Manchester United confirma estatuto de figura do apuramento com grande golo. Classe do craque do City, e não só no passe de calcanhar para o 1-0. CR7 bem tentou...
Melhor em campo: Bruno Fernandes (7)
O COMANDANTE DA QUALIFICAÇÃO:
Perdoem-nos iniciar esta análise por Cristiano Ronaldo, para sublinhar que o grande capitão de Portugal deu provas de estar vivo e bem vivo nesta qualificação, com dez golos. Mas, na hora de escolher a grande figura do apuramento, o comandante-mor, os holofotes viram-se para Bruno Fernandes: rei das assistências (8) entre todos os grupos e seis golos, um deles com a Islândia em nova grande exibição, com direito a bomba disparada da quina da área, rumo ao poste oposto. Um grito de revolta, ao estilo do «não vai a bem, vai a mal»!
DIOGO COSTA (6) — Foi posto à prova logo no início, mas, atento e bem posicionado, travou remate de Sigurdsson (5’). Só voltou a ser chamado à ação na segunda parte, parando, a dois tempos, o disparo de Johannesson (57’), e, à beira do fim, protagonizou enorme defesa perante Óskarsson (90+3’).
JOÃO MÁRIO (6) — Algumas dificuldades iniciais de posicionamento na sua estreia como titular. Reequilibrou-se e partiu para exibição boa e competente, embora sem grandes notas de destaque.
RÚBEN DIAS (6) — Com pouco trabalho a defender, ei-lo, inesperadamente, a tentar o golo, com pouco ângulo e em jeito, mas com Valdimarsson a protagonizar grande defesa (45’). Possante, o comandante liderou a sua defesa com pulso, coração e garra, sempre pronto para a ação, mesmo que esta tenha sido em escala reduzida.
GONÇALO INÁCIO (6) — Taticamente irrepreensível, quase fazia o 1-0 aos 25’, num cabeceamento a rasar o poste. Sem falhas a defender, foi lidando sem stress com os perigos que iam invadindo o seu raio de ação.
JOÃO CANCELO (6) — Na 50.ª internacionalização, insistiu demasiado no um para um e nem sempre com resultados. Começou na esquerda e acabou na lateral direita, onde jogou na última meia hora, após entrada de Raphael Guerreiro. Foi crescendo ao longo do jogo e surgiu mais venenoso na segunda parte, embora quase tenha borrado a pintura aos 80’ quando tentou fintar em zona proibida e viu Gudmundsson fugir com perigo.
JOÃO PALHINHA (6) — Excelente no apoio aos centrais e intocável na ação a meio-campo. Sempre em alta rotação, não teve contemplações na limpeza do seu raio de ação.
OTÁVIO (6) — Inventou um chapéu cheio de efeito, quase em câmara lenta, com a bola a beijar a barra (7’). Seria um grande golo. Excelente na condução, perigoso nos passes em diagonal e cheios de veneno, sobretudo no primeiro tempo; no segundo, perdeu gás, saindo aos 75’.
BERNARDO SILVA (7) — Que maravilha a movimentação a arrastar adversários, seguida de bela assistência de calcanhar para o 1-0 de Bruno Fernandes. Foi o seu 23.º passe para golo na Seleção, tantos quantos Nani e menos um do que Moutinho. Àquele instante de ouro juntou grande jogada aos 59’, só falhando o efeito que quis dar à bola, vendo-a rasar o poste…
CRISTIANO RONALDO (6) — Muito pressionado pelos centrais, não cumpriu o objetivo de superar Lukaku como goleador da qualificação. Mas tentou: sozinho, cabeceou muito por cima (2’); corrigiu a mira e, aos 21’, fez remate enquadrado de cabeça, mas para defesa atenta; repetiu o gesto aos 51’ e, de novo, viu o guarda-redes ser mais eficaz; e, da sua insistência, sobrou a bola para Ricardo Horta fazer o 2-0 (67’). Procurou muito, mas não era a noite dele.
JOÃO FÉLIX (7) — Que mudança da sombra em Vaduz para a luz em Alvalade, onde voltou às boas exibições. Tentou de primeira, mas denunciado e fácil para Valdimarsson (4’). Fortíssimo a descair para o meio e a arrancar por ali fora, protagonizou instante mágico que quase resultou em golo de Otávio (7’) e, depois, de primeira, em ângulo apertado, atirou ao poste (20’). Nota ainda para o disparo (67’) que obrigou o guarda-redes a defesa incompleta: na recarga... o 2-0.
RAPHAEL GUERREIRO (6) — À beira do fim, desviou remate perigosíssimo para a barra (90+3’).
RICARDO HORTA (6) — Entrou aos 62’ e… marcou aos 66’!
VITINHA (6) — Intensidade e boas movimentações.
BRUMA (-) — Tentou dois slaloms, mas esbarrou no muro islandês.
JOÃO NEVES (-) — Pouco tempo, suficiente para enorme ovação.