Alegada polémica com Martínez e até uma ida à casa de banho: tudo o que disse João Félix
João Félix não saiu do banco de suplentes de Portugal frente à Turquia (Imago)

Alegada polémica com Martínez e até uma ida à casa de banho: tudo o que disse João Félix

SELEÇÃO25.06.202417:55

Internacional português desmente discussão com o selecionador e espera estar no onze no terceiro jogo da fase de grupos

João Félix foi o jogador chamado para a conferência de imprensa de antevisão ao terceiro e último encontro desta fase de grupos do Euro 2024, em que Portugal defronta a Geórgia, sendo que a Seleção das quinas já tem o apuramento para os oitavos de final e também o primeiro lugar assegurados.

O internacional português comentou os rumores de que tinha havido uma discussão com Roberto Martínez sobre a falta de minutos em campo nesta fase final da competição e, apesar de não ter garantido, nem ele nem o selecionador, afirma que espera ser titular esta quarta-feira.

- Está triste, desiludido por ainda não ter minutos, até porque foi notícia algum desagrado seu para com o selecionador de Portugal, Roberto Martínez?

- Eu não vejo essas notícias, mas o meu irmão viu e enviou-me. Claro que é mentira, se não eu não estava aqui e é só mais uma falta de respeito para com o meu nome e também para o nome do mister e da seleção em geral.

- O que é que sente que está a faltar na carreira para pôr em prática o seu talento, reconhecido com mais regularidade?

- Sinceramente, é difícil responder a essa pergunta, tento fazer sempre o meu melhor, como venho a dizer ao longo dos anos, trabalho sempre para estar ao melhor nível, tento fazer o melhor para ajudar a equipa. Eventualmente em algumas situações as coisas não têm corrido bem, mas nunca me vão ver a baixar os braços e seguramente ainda me vão ver a triunfar, tal como sempre pensaram desde o início que apareci no Benfica e seguramente os melhores momentos ainda vão chegar.

- Ainda não jogou qualquer minuto neste Euro, como é que lida com a decisão do selecionador?

- Lido bem, infelizmente ou felizmente, pelos clubes que já passei também já me tocou essa situação de não jogar algumas vezes, e é como digo, felizmente ou infelizmente isso fez-me bem para saber racionar essas situações e estou cá sou mais um e sempre que a seleção precisar, os meus companheiros precisarem, o mister precisar vou lá estar para ajudar no que puder.

- Diz-nos a experiência que o jogador que vem à sala de imprensa depois é titular, tem um feeling positivo sobre isso?

- Cuidado que já houve vezes em que isso não aconteceu, não quero lançar os foguetes antes da festa, mas acho que sim, acho que sim, acho que o mister vai fazer algumas mudanças e espero estar no onze inicial para ajudar a seleção.

- Como é que se sente, João? Houve uma forte possibilidade de Itália ser o adversário de Portugal nos oitavos de final, mas depois aquele golo atirou para fora essa questão.

- Sinto-me bem. Sim, sabíamos da possibilidade de defrontar a Itália, vi o primeiro golo da Croácia e a verdade é que depois não vi o da Itália, como já tinha passado muito tempo da compensação fui jogar às cartas com alguns companheiros e não vi o golo, vi depois o golo, mas nem dei por isso que a Itália tinha marcado.

- Na sua carreira foi sempre um jogador em que foram depositadas grandes expetativas, como é que o João lida com isso, nos momentos bons e menos bons, e se sente hoje mais maduro para lidar com todo esse alarido?

- Sim, claramente cada dia me sinto mais preparado para esse tipo de acontecimentos, para todo o tipo de coisas que se dizem e que se falam, que grande parte não são verdade, e por vezes põem o meu profissionalismo e a minha paixão pelo jogo em causa e sinceramente já há poucas coisas que me deixam chateado do que dizem, do que falam, do que escrevem, o que me deixam chateado é coisas que inventam como foi esta história de eu ter pressionado o mister, ter discutido com o mister, acho que isso é ridículo e essas situações deixam-se chateado e triste, porque lá está ao longo da carreira vamos apanhar muitas pessoas que querem o bem, mas muitas mais que querem o mal e infelizmente no mundo do futebol e na vida há muitas pessoas assim e que eu não gosto e desprezo.

- Já falou sobre esses rumores, já os desmentiu, mas o facto é que abandonou o relvado pouco antes de terminar o jogo com a Turquia, depois voltou ao relvado, pergunto o que se passou?

- Fui à casa de banho. Quer que diga o que eu fiz? Está bom.

- Sente que mudou alguma coisa nesse voto de confiança e o selecionador explicou-lhe porque não está na primeira linha de opções?

- Não, a confiança que tenho nele e a confiança que ele tem a mim acho que é a mesma. Como disse, toca a todos em algumas fases da carreira jogar mais ou menos. Optou por não me colocar nestes dois jogos e só tenho de respeitar a decisão dele, é o treinador, ele é que decide. E já falei com ele e ele fez questão de falar comigo e deixámos claro de que a confiança é a 100%, tanto eu nele como ele em mim e disse-lhe que quando precisar de mim aqui estarei para ajudar o país, ajudar a ele e ajudar a equipa.

- Sente que este é também um momento decisivo para si, para dar uma resposta positiva e mostrar que não é um suplente e que pode ser titular?

- Não acho que seja um momento-chave, acho que é mais um momento, que as coisas não se definem num só jogo, não se definem em 10 minutos, não se definem em meia hora. Acho que é um acumular de jogos, mas claramente que sim que amanhã é um jogo importante, é um jogo do Campeonato da Europa, todas as pessoas estão a ver, é um palco especial e claramente vai ser um jogo importante, um jogo bom, e espero lá estar para ajudar.

- É essa a sua grande motivação, mostrar que tem lugar nesta seleção, neste grupo e que é uma opção muito válida para Portugal?

- Sim, todos os 26 jogadores que estão convocados têm lugar no onze, estão a lutar pelo lugar e depois cabe ao mister escolher quem ele acha que está melhor ou quem acha que vai corresponder melhor ao jogo. E tanto para mim como para todos os que podem vir a jogar amanhã, é uma boa oportunidade para demonstrarem que podem contar com eles, que podem contar no onze, que estão cá para ajudar e que estão cá para fazer bem. E, portanto, acho que é uma boa oportunidade para todos os que a vão ter amanhã.

- O que sabem da equipa da Geórgia e o que esperam da seleção georgiana?

- Sim, sabemos dos pontos fortes da Geórgia, estudámos, vimos vídeos, vimos o que fazem bem o que fazem mal e vamos procurar as fragilidades deles e estar atentos às qualidades que eles têm. São uma equipa muito combativa, muito compatriota, não dão um lance por perdido, e acho que até ao último minuto vão disputar o jogo e acho que não vai ser um jogo nada fácil.