A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Turquia-Portugal
Felix Zwayer apitou o Turquia-Portugal (IMAGO / PA Images)
Foto: IMAGO

A análise de Duarte Gomes à arbitragem do Turquia-Portugal

SELEÇÃO22.06.202421:31

Arbitragem globalmente competente

O alemão Felix Zwayer dirigiu o Turquia-Portugal que se disputou em Dortmund. Bastian Dankert desempenhou a função de VAR.

Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro:

6' Lance de interpretação: Akturkoglu antecipou-se a João Cancelo para tentar ganhar a bola no coração da área de Portugal. O lateral, surpreendido, não conseguiu evitar o toque no pé/perna do adversário, embora não pareça ter atuado com imprudência (o contacto foi ligeiro e muito potenciado pelo turco). Aceitamos como correta a leitura de Zwayer.

15' Yilmaz quis tocar na bola mas ao disputá-la com Pepe acabou por atingir o calcanhar esquerdo do português. A infração foi bem assinalada por Zwayer.

20' Lance sem direito a repetição: Pepe, em tacle deslizante com algum risco, tirou a bola dos pés de Kokcu, aparentemente sem cometer infração. Essa foi a perceção que tivemos ao observar a jogada uma vez e em velocidade normal.

21' Na sequência do lance anterior (entre Pepe e Kokcu), Portugal marcou por intermédio de Bernardo Silva. Importa sublinhar no entanto que a "fase de ataque" que levou a esse golo não iniciou ali, mas cerca de cinquenta segundos depois, quando Pepe lançou Nuno Mendes e este tabelou com Rafael Leão. Quer isto dizer que a posse prolongada/continuada de bola por parte de uma equipa nem sempre é sinónimo de início da fase decisiva, a tal que permite ao VAR analisar retroativamente a legalidade da jogada. Neste caso, a bola foi jogada para trás várias vezes, ultrapassando inclusivamente o meio-campo português. A ter havido infração de Pepe (não nos pareceu) o VAR nunca a poderia sinalizar.

25' Lance típico para advertência, o do jogador que adianta demasiado a bola e "dá tudo" para a recuperar na dividida: foi exatamente isso que fez Bardakci ao atingir Cancelo com negligência. Bem o árbitro na primeira ação disciplinar do jogo.

29' Akaydin e Bayindir desenteram-se e a bola acabou por entrar totalmente na baliza turca. A linha de golo tecnológica apenas confirmou o que vimos a olho nu.

35' Nuno Mendes tocou apenas na bola, não cometendo infração sobre Akgun. Lance bem analisado perto da área de Portugal.

39' Desta vez o amarelo por simulação foi mal exibido a Rafael Leão. O avançado pode até ter potenciado a queda, mas foi mesmo tocado pelo pé esquerdo por entrada destemida de Akaydin. O contacto podia até não ser interpretado como irregular, mas o certo é que não houve comportamento antidesportivo do atacante português.

42' Akaydin entrou com tudo e derrubou mesmo Rafael Leão com negligência. O cartão amarelo foi justo, tal como o exibido depois a Celik (agora os jogadores não podem questionar os árbitros daquela forma).

45' Cartão amarelo bem mostrado a Palhinha por derrubar Akturkoglu, cortando ataque prometedor do adversário.

56' Celik colocou em jogo Cristiano Ronaldo, legitimando a sua posição. Depois, na assistência, Bruno Fernandes (que marcou) estava atrás da linha da bola. Duas análises dificílimas. Muito bem o árbitro assistente em ambas.

59' Celik, em posição atacante, empurrou Ronaldo. O português agarrou depois o adversário, caindo com ele. A primeira infração foi bem assinalada.

67' Risco de Rúben Dias ao colocar a mão no braço esquerdo de Yilmaz. O lance foi de intensidade duvidosa, mas a este nível as indicações são para apenas assinalar 'penáltis' em infrações evidentes. Esteve bem Zwayer ao cumprir com a recomendação.

81' Yazici caiu na área portuguesa após contacto na marcação (legal) de Rúben Dias. Lance bem analisado.

90+2' Calhanoglu encostou lateralmente em Bernardo Silva, não cometendo infração na sua área. Esteve bem o árbitro ao nada assinalar.

Observação - Três 'invasões' de campo em menos de noventa minutos. A este nível e numa montra destas, não devia ser possível. E se corresse mal? Seria importante que não se repetisse.

NOTA - 7