A Bola do dia Sporting: o melhor do mercado
A chegada de Conrad Harder suavizou o falhanço da negociação por Ioannidis. Os clubes devem impor-se limites e, por aí, o Sporting não ultrapassou os seus
O Sporting está forte e pujante. Só quem não viu os jogos da equipa leonina poderá ter dúvidas. O mercado foi bom para o Sporting e isso, consequentemente, terá reflexo no rendimento desportivo.
O mercado foi sobretudo bom para o Sporting pelo que não aconteceu. Por não ter sucedido nada a Gonçalo Inácio, Diomande e a Viktor Gyokeres. O jogador mais impactante da última época em Portugal fica na Liga pelo menos até janeiro – a Europa olha cada vez mais para Gyokeres e não é à toa que o sueco foi notícia em Espanha.
A chegada de Conrad Harder suavizou o falhanço da negociação por Ioannidis. Os clubes devem impor-se limites e, por aí, o Sporting não ultrapassou os seus. Ainda que, com o grego no Panathinaikos apenas se possa olhar para a situação como um insucesso.
Com o Sporting a vencer e com Gyokeres em campo, o Sporting pode, porém, «esconder» a evolução de Harder, no sentido de que pode trabalhá-lo sem a pressão de ter de ser titular já, com o preço que custou. E quem sabe se, tudo junto, não terá sido melhor a emenda que o soneto…
Os clubes não acertam tudo a toda a hora e mesmo que o mercado em Alvalade tenha sido bom, isso tem de ser visto, neste momento, mais pela estratégia aplicada (corretíssima) do que pelos nomes garantidos. Como escrevi antes, o real sucesso do mercado é medido lá bem mais à frente, quando já há uma performance desportiva individual e coletiva.
Rúben Amorim elogiou (e bem) o scouting do Sporting. Mas o mesmo scouting que encontrou Gyokeres e Diomande não foi o mesmo que descobriu Mateo Tanlongo ou Sotiris Alexandropoulos, jogadores que continuam longe de Alvalade?
Esta época, o leão contratou Kovacevic para a baliza porque, sem Adán, fazia sentido ir buscar um guarda-redes. O Sporting contratou Debast para a defesa porque, com a possível saída de um central (acabou por ser Coates) era preciso que o setor mantivesse qualidade, se não aumentá-la. Uma política certa, bem planeada e executada, garantindo os dois alvos escolhidos.
Na Supertaça, os dois erraram e o belga até saiu do onze. Amorim considera que tem um craque, mas não deixa de ser verdade que custou mais de 15 milhões e quem joga é Inácio, Diomande e Quaresma. Assim, não é só com Harder que o Sporting pode ganhar tempo, é também com Debast, por exemplo.
A bola entrar na baliza, nos leões ou noutros clubes, muda muitas vezes o prisma da análise. Noutras circunstâncias, poderia já haver críticas. Mas Gyokeres ficou e isso muda por completo a perceção das coisas. E, sobretudo, o resultado final do jogo.