Sporting, do 8 ao 80
Diria até que a maior ilação a tirar é sobre Frederico Varandas e a sua persistência em que as coisas mudassem de Amorim para Pereira neste preciso momento entre seleções.
Convenhamos, futebolisticamente falando, Amarante é mais conhecida por ser a terra de Nuno Gomes e Ricardo Carvalho do que pelos feitos do clube da terra. Com todo o respeito que o adversário do Sporting na noite de sexta-feira merece – e merece-o todo, as carreiras de dois filhos da terra é que foram maiores do que ele próprio - não é pela eliminatória da Taça de Portugal que se pode dizer o que quer que seja do Sporting de João Pereira.
O novo treinador lançou alguns nomes que têm andado longe do onze inicial, ou mais comum, dos leões, mas isso também poderia ter acontecido com Ruben Amorim. É meramente a Taça de Portugal e o seu contexto quando se defronta uma equipa dos escalões inferiores: os sorteios, seja na taça nacional seja na Liga dos Campeões, têm uma influência enorme na gestão das coisas. E já agora, no sucesso delas.
Para além da confiança que João Pereira demonstrou nalguns menos utilizados e nos estreantes, pouco mais há a dizer sobre o treinador e a sua estreia (algumas indicações para dentro de campo, mas, claro…esse não é o trabalho?). O jogo ficou resolvido cedo e, pelo rival e pelo resultado, também é difícil percecionar que reais diferenças quer incutir o novo líder técnico de Alvalade.
A ausência das salas de imprensa pré e pós-jogo pela falta de curso – o que é diferente de competência e, já agora, uma aberração do nosso futebol que tem de ser resolvida – também não nos permite propriamente olhar para a frente ou fazer uma análise a este primeiro jogo com as palavras do treinador ou, mais relevante agora, projetar o próximo.
Diria até que a maior ilação a tirar é sobre Frederico Varandas e a sua persistência em que as coisas mudassem de Amorim para Pereira neste preciso momento entre seleções. Isso permitiu um jogo de grau mais fácil de entrada e manter níveis de confiança de toda a gente envolvida: jogadores, o próprio João Pereira, direção, bancada e espectadores leoninos.
É com a normalidade de 2024/25 que o Sporting recebe agora o Arsenal. É como ir do 8 ao 80 para João Pereira e para o clube. Mas nem um, Amarante, nem outro, Arsenal, serão indicativos do que será o técnico ao leme dos leões. Nem mesmo que Ruben Amorim, com a vitória sobre o ManCity, tenha deixado uma tremenda ilusão. O momento em Alvalade continua a ser de expectativa. E de gestão dela.