Somar nove pontos

OPINIÃO07.03.202106:00

Este Benfica tem de voltar consecutivamente às vitórias, tem de motivar e de mobilizar, tem de acreditar e de fazer sonhar

Faltam ao Benfica 13 jogos nesta Liga ainda NOS. Três jogos em março, cinco em abril e os últimos cinco em maio. E, depois, ainda em maio, e em Coimbra, a final da Taça de Portugal face a um forte e sagaz Sporting de Braga bem liderado pelo arguto e competente Carlos Carvalhal. E o último jogo deste mês de março, e antes da pausa para a primeira jornada do apuramento para o Mundial do Catar, será, igualmente, em Braga e num Estádio que é uma preciosidade da arquitetura portuguesa. O Benfica joga amanhã frente ao Belenenses SAD e no sábado seguinte face ao Boavista e no fim da semana que marca o arranque da Primavera desloca-se para uma terceira final a Braga. O Benfica, este Benfica que regressou às vitórias, e que pode amanhã alcançar a terceira consecutiva - o que seria um facto inédito neste ano de 2021! -, sabe que tem de fazer tudo - logo o máximo de pontos! - para alcançar a próxima edição da Liga dos Campeões, onde já está, estou convicto, e apesar das cautelas discursivas, o Sporting de Frederico Varandas e de Rúben Amorim. O Benfica, este Benfica em plena recuperação do Covid-19 que severamente o atingiu, sabe que tem de conquistar nove pontos neste mês de março e 15 no mês de abril. Ou seja 24 pontos até, assumo seriamente o risco, o principio de uma nova vaga desta pandemia que nos limita e condiciona, que nos perturba e angustia. Na linha do que está a acontecer, por exemplo, na Lombardia, o que não deixará de ser objeto de atenção por parte da nossa Federação em razão da mudança do local do jogo face ao Azerbaijão. E no decisivo mês de maio o Benfica defronta, recebendo na Luz, e logo no arranque do mês, o Futebol Clube do Porto e oito dias depois o Sporting na penúltima jornada de uma Liga que vai ser bem renhida e muito disputada no que respeita à descida de divisão e no que  concerne aos lugares europeus, seja no acesso à Liga dos Campeões seja à Liga Europa. E sabendo que Benfica ou Sporting de Braga, em razão das circunstâncias da classificação e da sua situação de finalistas da Taça de Portugal terão, sempre - o que cada um não deseja, nem pode desejar! -, lugar na fase de grupos da Liga Europa! O Benfica sabe que tem de fazer nove pontos neste mês de março. Neste final de inverno - e teve, de verdade, um muito duro Inverno! - o Benfica, este Benfica que sofreu, tem de voltar consecutivamente às vitórias, tem de motivar e de mobilizar, tem de acreditar e de fazer sonhar. E março tem de ser o mês da  plena retoma! Tem de ser mesmo!

Às 20.48 minutos da passada sexta-feira emocionei-me. Via o Telejornal da RTP e a excelência do José Rodrigues dos Santos. Anunciara um direto da Polónia, e em particular dos Europeus de Pista Coberta. A cerimónia protocolar do peso feminino proporcionou-me (nos!) - como a extraordinária e singular primeira página de A BOLA de ontem bem sinalizou! - um momento singular. OUriol - expressão, com autorização, roubada ao dedicado e generoso António Simões - Dongmo (Auriol Dongmo de seu nome próprio) conquistara a medalha de ouro, fizera o sinal da Cruz e entoava, como os lábios bem deixavam perceber, o Hino de Portugal. Que Heroína do Mar! Ela que chegara apenas há dois anos a Portugal vinda dos Camarões. Ela que se assume devota de Nossa Senhora de Fátima, uma das razões que a levou a escolher Portugal e depois, entre nós, o Sporting. Acredito que todos nos emocionámos. Mas assumo que o gesto, as lágrimas, a força e o Hino soletrado devem ser mostrados várias vezes no serviço público de televisão. Aqueles largos segundos fizeram mais pela inclusão e pela integração e, também, pelo respeito dos emigrantes que alguns grupos de trabalho em funções ou algumas vozes pretensamente doutrinárias acerca  do racismo, suas origens e seus perigos. Por mim aconselho, sempre, um livro oferecido com uma deliciosa dedicatória pelo Professor José Esteves: Racismo e desporto! E, logo no principio da dedicatória, ele me dizia para «ler, no mínimo, o prefácio»! Li todo o livro e releio-o sempre com entusiasmo para entender os «variados racismos em que nos apartamos» uns dos outros! E com a esperança que hoje mesmo, e da mesma cidade polaca, reforcemos a alegria do Hino e da Bandeira de Portugal com o Pedro Pablo Pichardo e a Patrícia Mamona! Força! Felicidades!
Mas, e na linha da primeira página de ontem deste jornal que é, como se prova, de todos os desportos, parabéns OURiol Dongmo!  

Hoje há eleições, com três candidatos, no Barcelona e há dois confrontos diretos em duas cidades marcantes para o futebol mundial: Madrid e Manchester. Aqui o City frente ao United e com portugueses de excelência a serem protagonistas num dérbi que tem referências desde 1881! Ali, em Madrid, o frente a frente entre Real e Atlético e com a secreta esperança de voltarmos a ler nos lábios de João Félix aquela expressão que Jorge Valdano ontem sugeria na última página deste jornal: «Cala a boca, c…»! Sim, em Barcelona vai ser eleito o 42.º presidente de um clube que tem 1.200 milhões de euros de dívida e que perdeu, neste ano de pandemia, cerca de 300 milhões em receitas. Acredito que, face ao momento crítico que o clube atravessa - do Barçagate à crítica situação económica e não ignorando que, apesar de Messi, tem uma equipa em transição! -, vai haver um alta participação eleitoral mesmo em tempo de pandemia. E houve disputa séria e promessas arrojadas e em que estiveram presentes a Catalunha e o Real de Madrid. Joan Laporta, que já foi presidente, e que legitimamente ambiciona regressar, disse que «comigo como presidente o Real de Madrid não  ganhou nenhuma Liga dos Campeões»! E todos os três assumiram que «quando ganha o Barça ganha a Catalunha»! Daí o Barcelona ser mais do que  um clube! E, por isso, num domingo de confrontos diretos em Manchester e em Madrid importa, também, se bem que fora dos relvados, ver o que resulta das eleições no Barcelona. Mas, hoje mesmo, o sofá toma conta de mim a  partir das 15 .15. E na parte final   do jogo de Madrid teremos de repartir as atenções com o duelo de Manchester. E sabendo, aqui, que  Pep Guardiola deseja que ganhe, no clube do seu coração, um presidente que «suba o ânimo dos barcelonistas»! Lá como cá!

O Algarve, e o seu Autódromo, volta  a ser palco de um Grande Prémio de Fórmula 1, desta vez a terceira prova do Campeonato deste ano. A que acresce o Moto GP e uma prova do Mundial de Resistência (WEC). São boas notícias para os largos milhares de adeptos - onde me incluo! - do auto e do motociclismo e, também, para o necessitado turismo algarvio. Assim, em abril e no princípio de maio,  Portimão e o Algarve serão, graças a parcerias relevantes  - e nas quais se empenhou, e bem,  o Governo -, palco de provas com repercussão global. O que importa saudar e acarinhar!