A BOLA DE BERLIM Só podia mesmo ser português
LEIPZIG — Dei por mim a conversar com um adepto português sobre as razões que fazem com que a Seleção Nacional tenha tantos adeptos estrangeiros. Não foi difícil chegar a um consenso relativamente à influência de Cristiano Ronaldo e ao número de fãs que seguem o capitão, acima de tudo, e torcem pela equipa das quinas quase por arrasto. Por mais craques que Portugal tenha distribuído pelas melhores equipas do mundo, será impossível compensar a quebra de reputação (e de receitas) que a reforma de CR7 um dia vai provocar. Mas a minha conversa com este adepto português que ficou por Leipzig derivou também para aspetos políticos e históricos, pois não há nenhum povo que tenha propriamente um ódio de estimação relativamente aos portugueses. É bem mais provável ver um espanhol a torcer por Portugal do que um escocês a apoiar a seleção inglesa, ou um albanês a torcer pela Sérvia. Mas o outro argumento de consenso que encontrámos foi a convicção mundial de que o português é boa gente. Quando alguém nos pergunta de onde somos, é raro ver alguém torcer o nariz à resposta, e isso é uma virtude que exportamos orgulhosamente para o mundo inteiro. A prova disso é que, minutos antes desta conversa, a seleção francesa tinha chegado a Leipzig. Sabem qual foi o único jogador a chegar junto dos adeptos? O ‘português’ Antoine Griezmann.