Sempre a fazer contas

OPINIÃO20.06.202107:00

Acreditamos na atitude, na competência técnica, nos jogadores e na nossa capacidade para somarmos pontos frente ao campeão do Mundo

Ontem em Munique perdemos bem. A Alemanha foi bem mais forte e venceu por e com mérito. E, uma vez mais, temos de fazer contas. Sempre a fazer contas! É a nossa sina. A nossa tradicional sina. Desta vez com a consciência que somos campeões da Europa em título. Vamos jogar em Budapeste contra a França e ter os ouvidos em Munique no confronto entre esta forte Alemanha e a surpresa que é a Hungria. O empate de ontem obriga-nos a fazer todas as contas para conquistarmos um lugar nos oitavos de final. Para já somos o melhor terceiro classificado de todos os grupos. E iremos saber, até, e antes do arranque da partida decisiva  desta fase de grupos, a classificação final de quatro dos seis grupos deste Europeu. Mas do jogo de ontem importa tirar as devidas lições, principalmente a nível tático/defensivo. No mais acreditamos na atitude de todos, na competência técnica, na excelência dos jogadores e, também, na nossa capacidade de, pensando positivamente, somarmos pontos no nosso confronto com o campeão do Mundo em título. É isso… fazer contas. De um lado o campeão da Europa . Do outro o campeão do Mundo! Só espero que o jogo da próxima quarta-feira seja, a todos os títulos, bem diferente do de ontem. E que, no final e afinal, as contas sempre feitas… nos levem aos oitavos de final deste Europeu de 2020, afinal em 2021.  

Ronaldo colocou Portugal na frente mas Seleção não conseguiu suster reação alemã

Hoje em Roma e em Baku arranca a terceira e decisiva jornada da fase de grupos deste Europeu de 2020, afinal em 2021. A Itália já está apurada - tal como os Países Baixos - e País de Gales, Suíça e Turquia ou lutam pelo apuramento direto ou terão de esperar até quarta feira para conhecerem, em definitivo, a sua sorte - o seu futuro próximo - e saberem se serão, ou não, e consoante os resultados, um dos melhores terceiro classificados  desta fase de grupos. O que sabemos é que na próxima quarta-feira oito seleções ficam fora do Europeu e as restantes 16 lutarão pelo acesso aos quartos de final. Serão, assim, de hoje a quarta  doze jogos que decidirão quem continua neste Europeu, os cruzamentos que podem acontecer e sabendo desde já que, porventura, o terceiro classificado do nosso grupo defrontará em Budapeste a seleção dos Países Baixos. De hoje a quarta, dia do nosso confronto com a França, a emoção será muita, as contas para o apuramento complexas e as desilusões por um prematuro adeus a este singular Europeu suscitarão inevitáveis consequências no que respeita a algumas lideranças técnicas e determinarão rápidas renovações no que concerne a alguns jogadores já com muitas presenças em diversas competições internacionais. E tudo nas antevésperas do arranque da fase de apuramento para o Mundial do Catar. Ou seja, termina, tal como acontece com a Copa América, a competição de seleções da UEFA e arranca a luta pelo acesso à principal competição da FIFA. E sendo inequívoco - sem esquecermos a fase final da segunda edição, concebida por e em português, Liga das Nações -, que a Liga dos Campeões, a prova por excelência da UEFA, já vai arrancar,   no que diz respeito à fase preliminar… na próxima semana! E sabendo que o calendário nos indica que a primeira pré-eliminatória  se disputará entre 6 e 14 de julho, a segunda entre 20 e 28 de julho e a terceira, como o Benfica bem sabe, entre 3 e 10 de agosto. E com play-off a decorrer, espero com a participação vitoriosa do Benfica , entre 17 e 25 de agosto. E a par temos calendários equivalentes para a Liga Europa e para a nova competição da UEFA, também pensada em português, a Liga Conferência da Europa e cuja primeira final se disputará em 25 de maio de 2022 na capital da Albânia, Tirana! E serão 183 as equipas participantes! De 54 Federações que integram a UEFA. O futebol na sua atual dimensão e no seu crescente envolvimento ai está em pleno. Neste Europeu e na sua fase final participam 24 seleções nacionais. E a UEFA é constituída por 55 Federações. Ou seja, mais de quarenta por cento estão neste Europeu cujas meias-finais e final estão previstas para Londres. Diria que estão previstas… por ora! Mas podendo ser transferidas para Budapeste, tal como a final da Liga dos Campeões. E a seleção portuguesa já resolveu ficar… em Budapeste… qualquer que seja o cruzamento dos… oitavos de final!

No Europeu temos público nos diferentes Estádios. Em Budapeste estádio quase cheio. Nos outros dez estádios lotações limitadas. Por cá o público regressou aos complexos desportivos este fim de semana com a exceção dos concelhos em risco elevado ou muito elevado. Em catorze competições organizadas pela FPF,  a DGS autorizou, com as cautelas inerentes a este novo momento pandémico, a presença de público. E algumas Associações Distritais e Regionais de Futebol nas competições por si organizadas autorizam a presença de público. Tudo a meio gás. Com a esperança que em agosto, já com  números mais baixos de infetados e mais milhões totalmente vacinados, a abertura seja efetiva, particularmente nas competições profissionais.

E estão a terminar as férias do futebol. Salvo para os jogadores presentes e participantes no Europeu de Futebol. Sucedem-se as notícias de contratações e de transferências, de números atrativos e de chorudos prémios de assinatura. Sucedem-se novidades acerca de admissões em estruturas societárias e de outras movimentações empresariais. Mas o Europeu e a presença da nossa seleção atenua, e  bem, este habitual folhetim de Verão! Que é crescentemente atrativo e sugestivo, interessante e motivante. Mas como nos ensinou, há séculos, Marco Cícero, «o hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos»!

Permitam uma nota não desportiva. Mas de excelência e de orgulho nacional. Durante mais de vinte anos dei aulas de Direito Internacional Público. Gostava de abordar as Nações  Unidas e o seu sistema organizacional. O Engenheiro António Guterres foi na sexta-feira passada reconduzido como Secretário Geral das Nações Unidas. E foi-o por unanimidade, ou seja, com o voto favorável dos 193 membros da ONU. E quando o Engenheiro António Guterres no seu discurso de aceitação proclama que «tudo aquilo que aprendi foi forjado juntamente com o povo do meu País» temos de o felicitar , também aqui, pela reeleição e lhe agradecer a sua dedicação à Humanidade, às causas da dignidade universal e da busca da igualdade, à busca da vacina para todos e do respeito ambiental, ao combate  aos excluídos e à global generosidade. E desejar-lhe, como bem merece, todas as felicidades para o novo mandato!