Sei bem quem não falhava aquele penálti, Trincão
Gyokeres conforta Trincão após a derrota do Sporting na final da Taça da Liga, frente ao Benfica (foto: IMAGO)

BOLA DO DIA Sei bem quem não falhava aquele penálti, Trincão

Esquerdino decidiu pedir desculpa pelo penálti falhado na final da Taça da Liga: fica-lhe bem, mas não precisava, por aquilo que tem feito, no Sporting e não só. Já um colega de equipa...

Ao 14.º pontapé de desempate da final da Taça da Liga, Trubin adivinhou as intenções de Trincão e defendeu o penálti do português, permitindo que o Benfica conquistasse o troféu pela oitava vez.

Visivelmente abalado, Trincão foi confortado por quem está a seu lado diariamente, como Gyokeres, mas também por adversários. Desde logo o próprio Trubin, mas também Bruno Lage, que até levou o minhoto para o Wolverhampton, em 2021. Gestos e palavras condizentes com o ambiente positivo promovido pelos protagonistas da final four, pouco ou nada beliscado pelo pequeno foco de tensão na guarda de honra do Sporting ao Benfica.

Anteontem, dia seguinte à final, na ressaca da desilusão, Trincão utilizou as redes sociais para pedir desculpa a adeptos, colegas e staff. Desnecessário, mas louvável. Não precisava de o ter feito, mas isso não significa que a publicação tenha sido um erro. Pelo contrário. Mostra humildade na forma como aborda a profissão, compromisso com o grupo de trabalho que integra e respeito pelos adeptos. Mas insisto: não precisava de o fazer. Alguém pode apontar o dedo a um jogador que tem 30 golos e 23 assistências em 130 jogos pelo Sporting, equipa que ajudou a conquistar a anterior edição da Liga? A um jogador que tem sido um profissional exemplar, dizem aqueles que trabalhar(am) com ele?

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É verdade que, no caso de Trincão, a grande maioria dos adeptos reagiu da única forma aceitável: com manifestações de apoio ao jogador, entenda-se. Mas não são raras as ocasiões em que os adeptos, seja qual for a cor, deixam que a frustração leve a melhor sobre o reconhecimento, numa relação de amor-ódio que os clubes gerem quase sempre de forma errada, já que tão depressa colocam os jogadores numa bolha, alheados da vida real, como depois os expõem a situações de confrontação excessivamente direta.

Os jogadores estão sujeitos à crítica, claro, mas não por falhar um penálti. Só acontece a quem lá está, como se costuma dizer. A Marcus Edwards não acontecia, de certeza, já que o inglês não esteve em Leiria nem para apoiar os colegas. Pior do que o atraso para a concentração dos jogadores que não estavam convocados é nem sequer fazer o suficiente para estar na lista do treinador, ainda por cima com Rui Borges privado de cinco jogadores.

Edwards é que deve um pedido de desculpas. Aos colegas, ao staff e aos adeptos, mas sobretudo a si próprio, pelo empenho em desperdiçar o talento que tem.

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