Retomas
Diogo Gonçalves afirma-se como defesa direito. É uma boa notícia. Mesmo boa! Agora importa continuar
O Benfica ganhou ontem ao Boavista e, acima de tudo mostrou que está em plena retoma competitiva. Foi uma primeira parte intensa e com pleno controle do jogo. É certo que a equipa de Jesualdo Ferrreira ficou bem cedo reduzida a dez jogadores, mas é inequívoco que o Benfica dominou por completo a partida. Para além dos números das diferentes estatísticas - posse de bola , remates e cantos - fica o ânimo para o próximo jogo, para a final do próximo domingo em Braga. Sim, o Benfica pode, e deve, concretizar nove pontos neste mês. E, assim, acabar este doloroso Inverno em plena recuperação. Em retoma de pontos e de exibições. De ânimo e de alma. A alma que bem necessária é nas próximas semanas . Uma última nota: Diogo Gonçalves afirma-se como defesa direito. É uma boa notícia. Mesmo boa! Agora importa continuar, neste tempo de desconfinamento, esta retoma de exibições e de resultados. E sem sofrer golos!
O primeiro-ministro anunciou o plano de desconfinamento que, bem a conta-gotas, arranca amanhã com o regresso dos mais jovens à escola e à creche e com as vendas ao postigo. Mais os barbeiros e cabeleireiras, o que é uma boa notícia mesmo para os carecas como eu. E a venda ao postigo permite que volte a pedir um café ao postigo e o beba e saboreie necessariamente com toda a cautela. O que sei é que fazendo anos na semana da Páscoa estou sujeito, uma vez mais, a festejar em núcleo bem restrito e a acreditar que «para o ano é que é… a festa»! E já vão dois anos… sem festa! Mas o que com realismo assumimos é que este vírus, em mutação, nos vai continuar a exigir cuidado e cautelas, paciência e prudência, responsabilidade e solidariedade. O que sabemos é que, a partir de amanhã, podemos desconfinar. Em várias etapas e com a consciência de que estamos dependentes da força dos números e, logo, das circunstâncias que ditam a evolução da pandemia. E o desconfinar envolve, como anunciou o ministro da Educação, e também da Juventude e Desporto, a atividade desportiva , as suas competições e a retoma, tão desejada, da formação desportiva. E o plano de desconfinamento determina, e bem, a distribuição de 65 milhões de euros, dos quais 30 milhões a fundo perdido para clubes, 5 milhões para reabilitação de instalações desportivas e uma linha de crédito de 30 milhões para as Federações desportivas dotadas de utilidade pública desportiva. A que acrescerão, ainda, 3 milhões para reforço da iniciativa Desporto para todos. Sabemos bem que será pouco face às angústias sentidas e a algum desespero vivido. Mas se olharmos para programas similares em outros Estados - como no Reino Unido - e pensarmos, comparando a nossa população, chegaremos à conclusão que é um programa adequado. Diria que de um adequado realismo. Com a consciência de que todos os setores desejariam mais e que um Governo, sabendo das dificuldades e tendo consciência das necessidades, tem de fazer uma distribuição razoável dos apoios que pode concretizar. O que fica, ainda, é que este desconfinar no desporto reforça, no meu prisma, o papel da pentarquia federativa que, nos últimos meses, tem sido uma protagonista ativa, e colaborante, da manutenção e agora da efetiva retoma das atividades desportivas. Na verdade, as Federações de futebol, andebol, basquetebol , voleibol e patinagem, estrategicamente unidas, a par do Comité Olímpico de Portugal, sempre souberam criar condições de responsabilidade e, até, de inequívoca generosidade. Agora o que é determinante é que haja celeridade na concretização dos apoios anunciados, que os critérios sejam claros e que a burocracia, sempre singular, os não atrase. Agora o desconfinar, com realismo, exige o rápido regresso dos escalões de formação e a criatividade federativa ou associativa - por excelência, digo-o, das associações distritais e regionais em aliança estratégica com as respetivas Federações - para competições especificas que, acredito, podem ser apenas concelhias ou, porventura, distritais. O desconfinar é uma grande notícia para Federações e Associações de cada modalidade, para largas centenas de clubes, para milhares de atletas e para seus Pais e Mães. É uma boa noticia para muitos Amigos e Amigas que suplicavam pelo regresso de seus Filhos ou Netas à regular atividade desportiva. E o regresso dos escalões de formação é o sinal primeiro deste novo desconfinar. Que, infelizmente, pode ser transitório em razão do atraso da vacinação e do surgimento de novas estirpes que, sussurram-me vozes experientes, podem determinar o recurso a um especifico travão. Agora é o regresso às escolas e ao postigo e depois da Páscoa, ainda em estado de emergência, acredito que o regresso aos treinos. O nosso regresso, como público, aos estádios e aos pavilhões acho que vai demorar, digo-o com tristeza, um pouco mais. Entre o desejo e a responsabilidade importa, sim, desconfinar com realismo, com prudência e logo com renovada paciência. E tendo bem presente Aristóteles, que há tantos séculos advertia que «o homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz»! E o desporto português, na linha da pentarquia federativa, precisa de homens e mulheres prudentes! Diria, porventura, que de uma prudência não exagerada!
As vacinas já são, de verdade, um problema de poder e de geopolítica. O governo do Catar oferece um programa de vacinação a todo o paddock do MotoGP. O Comité Olímpico Internacional afirma que pagará as vacinas oferecidas pela China aos atletas participantes nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio e anuncia que «por cada uma dessas doses doará duas outras doses à população do respetivo País»! Não ignorando, em relação à oferta chinesa, que os próximos Jogos Olímpicos de Inverno estão programados para Pequim em 2022! Acredito que, na linha do que acontece em outros Estados, o plano português de vacinação atenderá à relevância da nossa participação na próxima Olimpíada, nos Jogos Olímpicos de Tóquio! Mas as vacinas, a caminho de um especifico mercado negro, já estão a motivar uma acesa disputa de poder e a ser palco de uma verdadeira geopolítica! O que me leva a sugerir a algumas vozes que escuto, e leio, a repetida leitura da francesa Elsa Triolet: «Os otimistas são uns cómicos!» São mesmo!