Que no final ganhe o FC Porto
27 de abril, dia importante para o portismo (Foto: IMAGO / Newscom World)

Editorial Que no final ganhe o FC Porto

OPINIÃO27.04.202409:00

Portistas têm claro o que significa cada caminho, mesmo com uma campanha pobre

No fim deste 27 de abril, ou até já madrugada dentro de dia 28, espera-se que emerja um FC Porto forte, de novo focado e sobretudo capaz de rapidamente lamber as feridas da fratricida e longa batalha que foi uma campanha que ultrapassou várias vezes os limites mínimos da decência e do respeito. No meio de toda a propaganda, foi impossível aprofundar ideias e, em muitos momentos, com o distanciamento necessário, tudo se tornou tremendamente penoso de assistir, estendendo-se demasiado pelo tempo. Culpa do pouco que foi acrescentado de valor para sócios e adeptos, e para o público em geral.

Espera-se que o que saia destas eleições seja sim um clube que mostre a sagacidade necessária para se voltar a unir depois das divisões abertas nas últimas semanas, porque só assim resolverá os problemas que apresenta e se tornará ainda mais competitivo, sobretudo (mas não só) na parte desportiva e, mais concretamente, no futebol, a modalidade que, para o bem e para o mal, mais mexe com os portugueses. Se assim for, a Liga será muito mais interessante enquanto produto, para dentro e para fora, e o FC Porto poderá consolidar o histórico atingido a nível europeu para o seu bem, em particular, e para um bem-maior, que engloba todo o futebol cá do burgo.

Os portistas têm ainda assim claro, acredito, o que significa cada placa na encruzilhada que se lhes depara. Resume-se a duas palavras, continuidade ou rotura, embora um dos lados tenha tentado colar à primeira uma outra: gratidão. No fundo, os que estarão contentes ou ainda extremamente gratos irão por um lado, os que acham que a gratidão não se paga com a eternização no poder e querem mudar por outro. O mais importante é o que já foi escrito antes por aqui. Que o ato seja democrático e pacífico, sem pressões de qualquer tipo, e no final o resultado seja respeitado por todas as partes.

O FC Porto, como se esperava, mostrou vitalidade e ainda que não está alheio ao momento. Viu-se nas manifestações de apoio aos dois principais candidatos. É nesse sentido que se espera uma grande afluência e resultados finais a serem conhecidos noite dentro e, arrisco ainda, com um equilíbrio que para muitos, nos primeiros dias, seria sempre inesperado.

Não posso, no entanto, de deixar passar em claro as vezes que o nome de A BOLA foi referido ao longo destes dias. Ao contrário do que poderá pensar qualquer candidato que se preze à presidência de qualquer clube, não há nem haverá neste jornal quem, através do uso da pena, tente influenciar o resultado de uma eleição. O que queremos, como deverão querer todos os portugueses, é que o nosso futebol tenha todos os clubes na sua plenitude. Só assim evoluirá. Porque não é o que acontece quando se divide para reinar. Apenas se sobrevive.

Não esperem, aí sim, é que não tenhamos espírito crítico de uma forma construtiva. Esse nunca nos abandonará perante quem quer que seja porque, se bem se lembram, há muito que o 25 de Abril chegou a A BOLA.