6 janeiro 2025, 07:00
Benfica em estado de alerta
Derrotas abalaram estrutura. Oito pontos perdidos em 15 possíveis. Plantel e Lage procuram manter foco e apontam a resposta forte
Soam alarmes no Benfica, que tem de jogar como líder se quer andar à frente dos rivais. Lage terá de encontrar uma identidade e dar um abanão à equipa, mas limitou as soluções
Os sinais estavam mais do que identificados — internamente também, acredito —, mas isso não impediu que o Benfica claudicasse frente a Sporting e SC Braga, passando de líder da Liga pelo Natal a terceiro classificado no Dia de Reis, com possibilidade de ficar a cinco pontos do primeiro lugar se o FC Porto ganhar ao Nacional, a 15 de janeiro, se o nevoeiro deixar retomar o jogo da Choupana.
Soam alarmes na Luz, à entrada de um mês que pode ser particularmente delicado, tendo em conta a final four da Taça da Liga e as decisões da Liga dos Campeões, sem esquecer a difícil eliminatória da Taça de Portugal, em Faro, e duas jornadas do campeonato pelo meio.
Parece inegável, nesta altura, que o Benfica está sem identidade. Não o clube, que nunca pode ser reduzido ao futebol, e que entretanto completa 121 anos de história — ainda que 2025 traga eleições, que reativarão inevitavelmente um debate mais amplo. Mas aqui debruço-me sobre o momento da equipa comandada por Bruno Lage, técnico que pode bem saber para onde quer ir, mas que parece cada vez mais perdido quanto ao caminho a seguir para alcançar os objetivos traçados neste regresso à Luz.
6 janeiro 2025, 07:00
Derrotas abalaram estrutura. Oito pontos perdidos em 15 possíveis. Plantel e Lage procuram manter foco e apontam a resposta forte
Lage teve o mérito de reequilibrar a equipa após a saída (tardia) de Roger Schmidt, mas agora é preciso mais do que colocar as peças nos sítios certos. O técnico precisa definir qual é o seu Benfica, por estes dias identificado sobretudo pelas dificuldades na primeira fase de construção e pela forma como se estende excessivamente em campo, o que dificulta a estabelecer ligações de ataque e deixa espaços que os adversários aproveitam. Falta coesão defensiva, mas acima de tudo dinâmica ofensiva, numa equipa demasiado dependente da criatividade de Di María.
Se quer ser líder, o Benfica tem de jogar como líder. É essa arrogância positiva que falta à equipa, e que Lage precisa urgentemente de encontrar. Não só no plano estratégico, mas também na liderança que exerce fora do campo, no balneário ou na sala de imprensa.
Lage, que até hoje só deu a volta a momentos negativos que herdou, terá aqui de mostrar capacidade de reinvenção. Para tal é provável que seja preciso dar um abanão à equipa, mas esse tem sido um dos principais pecados do técnico: a forma como esgotou alguns jogadores, como Akturkoglu ou Aursnes, ao mesmo tempo que esvaziava alternativas como Rollheiser, Prestianni ou Schjelderup.