Parabéns ao Sporting campeão

OPINIÃO20.05.202412:17

Agora, já não se pode dizer que o Sporting ganhou por causa do Covid

Hoje, e já como destaque, o Direito ao Golo vai para o Sporting campeão. Com grande mérito, o clube de Alvalade superiorizou-se com categoria a todos os adversários durante o campeonato. Ganhou todos os jogos que fez em casa, perdeu na Luz e no campo do Vitória, empatou no Dragão, com o Rio Ave e Braga. Não vacilou contra equipas de menos gabarito, muito menos naqueles jogos finais do campeonato. Felicitações, pois, a Frederico Varandas, Rúben Amorim, e a todos os jogadores do Sporting. Todos fizeram uma grande época, com destaque para Gyokeres, Pote, Trincão, Coates, Nuno Santos e, de forma muito própria, Paulinho.

O Sporting mereceu o título. Benfica, FC Porto e Braga foram excelentes adversários, mas o campeão teve de vencer outros clubes de mérito: Vitória de Guimarães, Braga, Moreirense, Arouca, Famalicão e Farense foram adversários dignos tornando este campeonato num dos mais vivos dos últimos anos. Agora, já não se pode dizer que o Sporting, duas vezes campeão em quatro anos, ganhou por causa do Covid!

Reconhecimento merecem também os árbitros portugueses, VAR incluído: é muito difícil ser árbitro em Portugal. As pressões são muitas, os ataques são enormes e as opiniões são imensas. Insisto: as conversas entre VAR e o árbitro deviam ser públicas para uma total e inequívoca transparência. De todo o modo, explicar a decisão foi um bom progresso.

Neste final de campeonato o tema da suposta sucessão lenta de Pinto da Costa por Villas-Boas foi incontornável. Percebe-se: Villas-Boas ganhou com mais de 80% dos votos e tem decisões importantes para tomar: a maior seja talvez sobre Sérgio Conceição e a sua suposta substituição. O ex-treinador, que já tomou posse como presidente do clube FC do Porto, insiste para os administradores da SAD renunciarem. Pinto da Costa diz que não renuncia. Do ponto de vista da lei, quem tem razão? Embora pareça que a tomada de posse de Villas-Boas foi lenta, a verdade é que foi rápida. Nas sociedades ou associações costuma levar mais tempo: as eleições são o que se noticia, mas os mandatos não terminam logo. Terminam no final do prazo que normalmente é no final do mês ou até mais tarde. Renunciar, encontrar substituto, passar a pasta, tudo leva tempo.

E o facto de Pinto da Costa e os outros administradores não renunciarem ao lugar na SAD é normal? É, a SAD e o clube são pessoas coletivas diferentes. O clube, como diz Villas-Boas, «não pode ter dois presidentes». Mas as eleições foram no clube. Este detém a maioria do capital da SAD e, na verdade, pode convocar uma assembleia geral para destituir os administradores. Mesmo renunciando, vai ter de haver eleições na SAD para nomear nova administração. Daí Villas-Boas insistir na cooptação que consiste basicamente num administrador renunciar e o próprio conselho de administração nomear outro. É o único caminho. Mas renunciar não é habitual: até porque se perde o direito a receber os salários até ao fim do mandato. E como qualquer um de nós, caros leitores, quem perde o emprego luta pelos seus direitos!