Paixão a mais
Benfica SAD está a servir de saco de pancada e sem desferir um golpe
A PENAS o apelido Paixão coincide. Bruno está hoje no olho do furacão e, no passado, foi Jacinto. Este foi arguido e detido no famoso Apito Dourado, sendo absolvido mais tarde mas não sem antes deixar uma confissão em vídeo que o YouTube eternizou. Ainda que de forma menos direta que o FC Porto dos anos 90 e meados de 2000, a Benfica SAD vê-se no centro de um ringue de boxe a servir de saco de pancada e sem desferir um golpe. Aparentemente, não se preocupa com a livre formatação da opinião pública e não se lhe retira vontade no exercício do contraditório. Nem sequer uma providência cautelar que seria sempre útil ao estilo do que sucedeu com a divulgação dos emails pelo seu concorrente direto num canal televisivo. Estranha-se tal posição e a (falsa) consciência tranquila. Há quem não durma e sofra diariamente com o que se passa sem representar o clube ou SAD. E há, também, quem visualize uma rebuscada estratégia de Rui Costa para deixar queimar em lume brando anteriores e atuais colegas. Hoje, este é o maior pecado do Benfica de Costa: um processo saco azul a resvalar estranhamente de fraude fiscal e branqueamento de capitais para a corrupção desportiva e que já originou a abertura de um processo de inquérito disciplinar do conselho de disciplina. Algo inédito visto que a Federação, por norma, aguarda por maiores e mais credíveis desenvolvimentos nas investigações promovidas pelo Ministério Público. Um exemplo? Jogo Duplo. Com a abertura deste inquérito para averiguações de corrupção da equipa de arbitragem ou de atribuição de vantagem indevida, a Federação interrompe a contagem do prazo prescricional (23.º Regulamento Disciplinar). Persiste a violação da imagem, marca e superiores interesses de um clube prestes a fazer 118 anos e dos seus sócios, a par de uma SAD cotada em bolsa. Nem uma palavra para centrar a atenção na hipótese de pena de prisão para os alegados corruptores ativo (Vieira e outros) e passivo (Paixão) ao abrigo da Lei 50/2007.