Os desenhos do ‘win-win’
1 - A parceria do Sporting com o Man. City é uma boa ideia e fica numa lógica, como agora se diz, win-win. Os ingleses colocarão em Alvalade um jogador com grande margem de progressão que terá oportunidade de competir a um nível muito interessante; os leões conseguem um jogador maior do que o seu bolso, ao qual não poderiam chegar. Mas um extremo? Não haverá outras posições mais deficitárias? Basta olhar para o histórico de formação de extremos no Sporting e vai-se desde Futre a Ronaldo, passando por Figo.
2 - A passagem de Jonas pelo Benfica também foi win-win. Ganhou o brasileiro, que reergueu uma carreira que parecia descontrolada após o Valência; agradeceu o Benfica, que com o contributo de golos do 10 encheu o museu de troféus. Quem perde é o futebol com o adeus da qualidade do brasileiro. Felizes ficam aqueles que olham para a modalidade apenas e só com as lentes da cor dos seus clubes e que achariam sempre que Messi seria um perneta se o vissem vestido com a camisola do rival. Mas aí nada há a fazer - são losers.
3 - A contratação de Marcano pelo FC Porto também é feita numa perspetiva win-win. Os portistas asseguram um jogador que dá garantias de qualidade por um preço relativamente acessível (€3M); o espanhol poderá relançar a carreira numa casa que bem conhece. Entre a saída e a reentrada de Marcano é que ninguém ganhou. Ou melhor, é melhor fazer as contas outra vez, porque o FC Porto não contou com uma pedra basilar da equipa que a ajudou a ganhar o campeonato em 2017/2018, mas ficou com a carteira recheada após a venda do passe do jogador escolhido para substituir Marcano - Éder Militão. Mas no futebol nem sempre se ganha ou perde, também há empates. Em inglês, um draw. Na mesma língua, drawing é desenhar. E muitos dos desenhos são arte. E a arte nem sempre é compreendida. Como alguns empates.