O Proença que só o próprio vê
Pedro Proença é o líder da Associação Europeia de Ligas

O Proença que só o próprio vê

OPINIÃO03.12.202323:00

«Lá, onde a coruja dorme», a opinião de Luís Mateus

A nomeação de Pedro Proença para a presidência das Ligas Europeias, que acumulará com a Liga Portugal e com a provável candidatura à liderança da Federação Portuguesa de Futebol, tem sido vendida pelo próprio e pela sua entourage como prémio por um alegado «excelente trabalho» feito no futebol português nos últimos anos. Percebe-se a tentativa de aproveitamento político, todavia estaremos todos conscientes de que não passa disso mesmo, certo? Ou, então, o nível de exigência que Proença tinha consigo mesmo nestes três mandatos era demasiado baixo. 

É hoje o futebol português enquanto espetáculo melhor do que há oito anos, quando Proença venceu pela primeira vez as eleições? É a Liga mais competitiva não só entre as suas fronteiras como também quando comparada a diferença para as Big Five? Estão os clubes portugueses mais fortes na Europa? Consegue o campeonato seduzir mais talento e retê-lo durante mais tempo? Angaria cada vez mais telespectadores lá fora? Têm os estádios mais gente? Há menos ruído e controvérsia? É a justiça desportiva mais célere e eficaz? Estão os clubes mais sustentáveis financeiramente? Se 90 por cento das respostas a estas questões for positiva o trabalho da Liga é «extraordinário». Com metade, podemos catalogá-lo como «bom». Uma única resposta com um sim, mesmo hesitante, já dá um «medíocre» esforçado.

Só que para tudo isto ou quase, a resposta é não. Em algumas questões, o jogo por cá até estará pior. É claro que as respostas dependem sempre das perguntas e, nesse sentido, talvez Proença e os seus pares façam as erradas. Se assim é será importante que as revejam, já que não haverá grandes dúvidas de que estas são as fundamentais para o futebol português, e não aquelas que se respondem com contas positivas do organismo e poucas chatices nas AG.

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