O muito que se pede 

OPINIÃO17.01.202003:00

BRUNO FERNANDES, provavelmente, diz hoje adeus ao Sporting, numa saída inevitável tendo em conta a qualidade do jogador e os constrangimentos financeiros do clube. A questão colocada passa pela altura em que o negócio acontece, depois de no verão a SAD leonina ter segurado o 8 e, como justificou, ter vendido os passes de Raphinha - muito bem - e de Bas Dost - muito mal para, a fazer fé nas palavras de Frederico Varandas, «ter ficado com o melhor médio da Europa».

Mas o presidente dos leões sabia, tal como sabiam todos os que andam há mais de três dias no futebol, que a saída de Bruno Fernandes do Sporting estava escrita no guião da carreira do internacional português. É agora porque foi agora que chegou um clube predisposto a pagar aquilo que o Sporting pretendia pelo seu principal ativo e daqui a seis meses não se sabe o que acontecerá.

O futuro do Sporting tem sido sempre um monstruoso desafio. Nos tempos mais próximos, até final da época, o objetivo será o de manter a competitividade possível e encontrar um aliciante que leve pessoas ao estádio para além do simples, mas em Alvalade sempre complexo, amor ao clube.

Para a semana há Taça da Liga e juntar mais uma ao currículo faz sempre com que a época leonina seja positiva num futebol profissional depauperado de troféus nos últimos anos. Os sócios e adeptos leoninos vão sempre pedir mais, mas títulos ou constância de luta por objetivos cimeiros fazem-se com dinheiro ou tempo, ideias, projeto e identificação dos simpatizantes com os órgãos decisores.

Faltando o primeiro, será muito o que se pede. Mas se todos derem um bocadinho, pode ficar mais fácil para o leão.