O espírito da batota
O golo anulado a Kilman, com Chirewa à frente de Fabianski; foto Action Plus/Imago

O espírito da batota

OPINIÃO16.05.202411:11

O VAR na Premier League funcional mal; a solução do Wolverhampton é acabar com ele

Depois de cinco épocas de VAR na Premier League, é tempo dum debate construtivo e crítico sobre o seu futuro. A nossa posição é que o preço que estamos a pagar por um pequeno aumento de precisão está em conflito com o espírito do nosso jogo, e como resultado devemos aboli-lo a partir da época 2024/2025

Comunicado do Wolverhampton sobre proposta do clube para abolir o VAR na Premier League

O Wolverhampton apresentou uma proposta, para ser discutida em assembleia geral da Premier League em junho (precisa do voto favorável de 14 dos 20 clubes), para abolir a utilização do VAR na próxima época. Depois de várias queixas por decisões da videoarbitragem, a gota de água para os lobos terá sido um golo de Kilman anulado na compensação frente ao West Ham, que teria dado o empate, por fora de jogo – Chirewa estava na frente do guarda-redes Fabianski, que no entanto parecia não ter hipótese de chegar à bola.

Como em tanta coisa na vida, a solução do Wolves para o mau funcionamento do VAR – muito pior em Inglaterra do que em qualquer outro campeonato europeu de primeira linha – é acabar com ele. Olhar para outras realidades e perceber como funciona quase sempre bem será impensável. Porque o VAR entra «em conflito com o espírito do jogo».

E assim ficamos a saber que em Inglaterra o espírito do jogo é a batota. O VAR tem problemas? Tem. Continua a haver incompetência dos árbitros, e por consequência há incompetência de quem está sentado atrás do ecrã. Também fará sentido discutir o protocolo ou o tempo que algumas decisões levam. Mas ter a tecnologia ao dispor e prescindir dela é como deixar de ter telemóvel porque a cobertura de rede só chega a 95 por cento do País. E se acontecer será considerado boa ideia, no máximo, até ao primeiro golo com a mão que for validado.

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