No divã com Francisco Conceição
Francisco e Sérgio Conceição
Foto: IMAGO

No divã com Francisco Conceição

OPINIÃO25.07.202409:00

Presença do jovem extremo é problema sério nas mãos de André Villas-Boas, mas o mercado não tem reagido com propostas ao interesse de todas as partes em que deixe o Dragão

Francisco Conceição deitado no divã de André Villas-Boas, que procura perceber com artes de verdadeiro psicólogo o que realmente vai na cabeça de um dos maiores ativos do plantel, antes de o libertar ou não para o exercer das suas funções. É a imagem que me surge quando penso na reunião entre presidente e futebolista, cujo pai ainda se sentirá traído pelo ex-número 2 Vítor Bruno.

Neste aspeto, o futebol moderno não é assim tão diferente. É verdade que o profissionalismo hoje obriga, em termos de imagem interna e externa, a um comportamento exemplar, mas nem por isso perde validade a sabedoria popular quando nos avisa que quem não se sente não é filho de boa gente. Ainda mais Sérgio e Francisco, tão expressivos (e, por vezes, explosivos) do ponto de vista emocional.

Não tendo eu estado próximo da pré-época do FC Porto, por cá ou na Áustria, a imagem que transparece a esta distância é de um grupo que tem trabalhado de forma tranquila e assimilado bem um processo que, não sendo de rotura com o passado, apresenta ainda assim uma ou outra evolução, sobretudo ao nível da verticalidade da sua construção sempre que esta é possível. Os resultados têm dado solidez às ideias, como se confirmou diante do Sturm, e não quererá Villas-Boas certamente abrir espaço à introdução de mais obstáculos, não fosse suficiente o estado das finanças do clube, que tem impedido o reforço do plantel e que até deverá obrigar a uma venda em breve para equilíbrio de contas.

Uma voz discordante num mau momento poderia facilmente fazer levantar outras, não esquecendo que a maior parte do grupo seguiu Sérgio Conceição em muitas batalhas nos últimos anos. Se a presunção de inocência deve ser sempre respeitada e aqui nem sequer há acusação, também não podemos esquecer que a antecipação de cenários de risco possíveis deve ser feita com todo o cuidado, tal como aconteceu.

Não restam, como tal, dúvidas de que a solução ideal seria a saída de Francisco, até olhando para o bom momento de Gonçalo Borges, todavia o jovem internacional, que realizou excelente época e teve alguns bons apontamentos no Euro, nem por isso convenceu possíveis interessados quando esteve a tiro por 30 milhões de euros, menos 15 milhões do que agora. Claro que os dragões não podem enfraquecer possíveis negociações com o assumir de que têm um problema em mãos, no entanto, na verdade, a realidade não será assim tão diferente.

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