Não fechem a porta ao mundo

OPINIÃO14.06.201901:50

AS seleções nacionais continuam a ser, por cá, o grande exemplo a seguir. A de futebol venceu a Liga das Nações com brilhantismo e a de andebol conseguiu o apuramento para o Europeu da modalidade após uma longa ausência. Os feitos até podem ser comparáveis caso analisemos o nível de atenção e de investimento que uma e outra modalidade têm no nosso país.
Coincidência ou talvez não, as duas equipas são perfeitamente abertas ao mundo. A Seleção Nacional de futebol é constituída, na sua larga maioria, por jogadores que atuam no estrangeiro e tem uma estrela universal e a de andebol é altamente inclusiva, com os luso-cubanos a darem um jeitão enorme. No fundo, num mundo cada vez mais sem fronteiras, são como têm de ser.
O fenómeno da  globalização é incontestável e, em termos de captação de receitas, o mais importante - a Premier League é o que é pela forma como exporta o jogo, pelos exemplos dados dentro de campo, mas, também, fora dele. A NBA idem. Ainda esta semana, no jogo 5 das Finals, a super estrela dos Golden State Warriors Kevin Durant saiu da quadra da Scotiabank Arena, em Toronto, debaixo dum enorme aplauso de incentivo dos adeptos adversários, que até deram mostras de que gostavam que KD voltasse ao jogo, mesmo que isso tornasse muito mais difícil a tarefa da sua equipa.  
Mas isso é noutras paragens e em termos internacionais, porque por cá não tocam violinos nos estádios de futebol ou nos pavilhões. Por exemplo, ontem, no João Rocha, assistiu-se a um magnífico espetáculo de futsal entre uma equipa que é campeã europeia em título - o Sporting - e outra que já o foi - o Benfica. Mas nas bancadas os episódios foram lamentáveis. No entanto, os responsáveis do desporto continuam a assobiar estridentemente para o ar. Como que a fechar a porta ao mundo. Até quando? Até a tutela do desporto passar do Ministério da Educação para a Administração Interna?