Malapata(s)
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OPINIÃO20.10.202309:25

São patas a mais quando se lê as notícias sobre o processo cuja figura central é César Boaventura e que arrasta o nome de entidades, agentes e jogadores no ativo para a lama. Uma verdadeira balbúrdia de nomes, procedimentos, mentiras (alguém está, certamente, a fugir à verdade) e (alegados) documentos falsos. Basicamente, uma imagem daquilo que é o futebol atual a nível transversal e desengane-se quem disser e tentar provar que assim já não o é. Daí que se revela cómico ver a FIFA a avançar e a recuar, há mais de 20 anos, para tentar de alguma forma meter ordem no comportamento e desempenho dos agentes (outrora intermediários). Mais uma alteração regulamentar colocada em causa com sucesso na Alemanha e a caminho deste mesmo fim no Reino Unido. Um exemplo disso passa pela insatisfação em torno da imposição de limites máximos de comissões destinadas aos agentes nas transferências entre clubes ou nas assinaturas de contratos com jogadores. Na realidade, a bitola dos 10% não desapareceu. Antes foi oficializada para um tipo de negócio. Basta que o agente represente o clube que vende um jogador (entidade de transferência) para ter direito a receber o dízimo de 10% do montante total da transferência (compensação). É isto que resulta explicitamente do artigo 15.º da mais recente versão do regulamento FIFA. Esta entidade abriu uma janela depois de ter fechado a porta. Ao menos por cá ainda se assistiu a Luís Filipe Vieira apelidar jocosamente o seu ex-parceiro Jorge Mendes de táxi, tal era a facilidade com que ambos vendiam o produto. Aliás, se pensarmos bem nas últimas transferências relevantes da Benfica SAD, nem o agente nem o procedimento mudou. Apenas se distinguem os jogadores mas o carrossel é o mesmo. Até nos clubes de destino. Mas, verdade seja escrita e honra se faça, já não parecem desfilar uma catrefada de agentes muito pouco ou nada recomendáveis nos corredores da SAD vermelha. Aqueles que ainda hoje se desconfia que tenham sido utilizados como testas de ferro para simulação de negócios e respetiva faturação falsa e indevida. Como esse tal Boaventura com tendência intruja em se meter onde não era chamado e, ao mesmo tempo, tentar legitimar-se nos negócios.

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