Jamais. Ponto!

OPINIÃO29.06.201804:33

Bruno de Carvalho escreveu, por volta das cinco da manhã de domingo, entre mais cerca de 10 mil carateres, na rede social Facebook - como não podia deixar de ser - o seguinte: «Não consigo sentir mais este clube... Não sou mais do Sporting Clube de Portugal. Não quero fazer parte de um conjunto de cretinos que não valem o ar que respiram. Não me quero aproximar mais de uma elite bafienta e malcheirosa que sempre dominou o Sporting Clube de Portugal. Hoje deixei de ser para sempre sócio e adepto deste Clube [...]»

O «para sempre» de BdC durou mais ou menos 13 horas. Depois de Sousa Cintra ter sido anunciado como presidente da SAD, anunciou que afinal já seria candidato às eleições de 8 de setembro, decorrentes de ter sido destituído do cargo de presidente na Assembleia Geral - que tudo fez para que não se realizasse - de sábado, dia 23. O post da alta madrugada de domingo - bem como foi alterado outro em que apelidou, em mais um assomo de extrema elegância, ‘Dr. Tremoço’ a Sousa Cintra - foi entretanto retirado e ontem BdC não resistiu novamente ao chamamento do teclado e pediu, numa linguagem digna de um Sir da mais alta nobreza inglesa, para lhe retirarem os processos disciplinares para que se possa candidatar ao ato eleitoral que tudo fez para que não se realizasse. Talvez se tenha esquecido que, pelo meio, violou os estatutos ao inventar comissões cuja competência para a sua criação não era sua com um único objetivo: eternizar-se e entronizar-se no poder.

Para o presidente destituído do Sporting - o primeiro em 112 anos de história - talvez seja só um pormenor. Mas, seja de que perspetiva for; seja qual for a argumentação usada; seja qual for a narrativa construída pelos heróis cibernéticos que o continuam a seguir, quem num instante escreveu que deixou de ser de um clube por ter sido goleado numa AG jamais se deve candidatar a um cargo nesse mesmo clube. Ponto!