Importa não perder o comboio europeu
A reformulação da Liga dos Campeões leva a que os melhores clubes passem a jogar mais vezes entre si e mais cedo
As competições europeias de futebol começam esta época a ser reformuladas, com novos modelos competitivos, mudanças que chegam também ao futebol feminino a partir de 2025/26. Com efeitos (assim esperamos) benéficos para a Liga portuguesa.
Se esta temporada serão já dois os emblemas — Benfica e Sporting — a representar o nosso País na Liga dos Campeões feminina, a partir da próxima época o leque abre-se a três representantes nas provas da UEFA, resultado da reformulação já apresentada e que tem como grande novidade o aparecimento de uma segunda prova europeia. O que constitui uma boa medida e sinal de que quem manda no futebol europeu está (muito) atento ao fenómeno futebol feminino.
Esta segunda competição europeia é fundamental para o desenvolvimento da modalidade nas mais diversas vertentes. Desde logo porque obrigará as ligas nacionais a um efetivo e rigoroso planeamento para melhores medidas de apoio às atletas; porque obrigará os clubes a investimentos mais criteriosos; proporcionará maior competitividade interna; clubes que ficavam pelo caminho na Liga dos Campeões numa fase prematura terão agora novas oportunidades e mais jogos, maior exposição europeia; a reformulação da Liga dos Campeões leva a que os melhores clubes passem a jogar mais vezes entre si e mais cedo… ao invés de ficarem pelo caminho, à porta da fase de grupos, como anteriormente acontecia.
Do porto de vista de uma Liga como a portuguesa, que tem ainda muito caminho a andar para concorrer com as melhores da Europa, estas medidas, nomeadamente o aparecimento da segunda competição europeia de clubes femininos, podem beneficiar e muito o nosso futebol.
As mudanças apresentadas pela UEFA, e que resultam após ampla consulta e colaboração com a Associação Europeia de Clubes (ECA), associações nacionais, ligas e clubes e foram baseadas na análise e recomendações do Comité de Futebol Feminino da UEFA em consequência do crescimento incrível que o futebol feminino apresentou nos últimos anos. Portugal não pode perder o comboio e esta é mais uma oportunidade para aumentar a competitividade e maximizar recursos. É preciso o empenho de todos.