Imaginação e compreensão

OPINIÃO08.06.201804:00

Imagine que há um clube no qual se demitiram a maioria dos órgãos sociais, com a Direção a sobreviver presa por um - ou dois - elemento(s), conforme as interpretações.

Imagine que há um clube em que os jogadores da sua equipa profissional, equipa técnica e restante staff de apoio foram agredidos no seu local de trabalho e o presidente dessa instituição diz que o capitão de equipa foi um dos principais culpados do sucedido.

Imagine que há um clube no qual o presidente não foi à final da Taça de Portugal porque os titulares dos principais órgãos de soberania lhe fizeram críticas diretas ou indiretas e os jogadores dessa instituição não queriam que ele estivesse sentado no banco.

Imagine que o capitão e maior símbolo da equipa de futebol apresenta o pedido de rescisão e, na carta justificativa, apresenta como argumento que não consegue trabalhar com o presidente.

Imagine que o treinador dessa equipa que nunca tinha saído de Portugal aceita um convite de um emblema duma potência futebolística do calibre da Arábia Saudita porque já não aguenta trabalhar com esse presidente.

Imagine que o presidente da Mesa da Assembleia Geral desse clube marca uma assembleia geral destitutiva mas a Direção diz que esta é ilegal e nomeia uma comissão transitória que agenda outras duas AG, mas lidos os estatutos de trás para a frente, da frente para trás, frente e verso, não está prevista.

Imagine que o segundo maior acionista da sociedade desportiva desse clube coloca ações para a destituição do presidente e, entretanto, um dos administradores nomeados pelos credores se demita.

Imagine que o presidente desse clube não se demite porque justifica que, acima de tudo, estão os superiores interesses do Sporting. Imaginar até pode imaginar, mas compreender... talvez seja difícil...