3 julho 2024, 12:03
Celtics à venda
Em 2002, Wyc Grousbeck hipotecou a casa para, com sócios, comprar o clube por €336 milhões, agora valem €4,39 mil milhões e vai vendê-los
As jornadas inaugurais não deviam ficar dependentes da sorte do sorteio para que exista uma comemoração. Neste caso até se poderia aproveitar os campeões serem o mesmo clube.
Pela oitava vez desde que passou a existir o campeonato nacional de basquetebol, em 1932/31, haverá um clube, neste caso o Benfica, que começa a temporada como tricampeão masculino e com ambições de chegar ao tetra. Coincidentemente, o mesmo que conseguiu tal feito em cinco dessas ocasiões, mas, uma vez mais, poucos parecem interessados, desportiva e comercialmente, em marcar o arranque da mais importante competição nacional com pompa e enaltecendo o facto.
Até para que se procure a distinção face às restantes modalidades que, nessa altura, já estarão em ação ou prestes a arrancar os respetivos campeonatos e, quer queiram ou não, serão concorrentes como produto desportivo para o qual se deseja manter ou conquistar público.
Por isso, foi com espanto que constatei que no sorteio da passada semana das Ligas Betclic masculina e feminina, entre as condicionantes que sempre existem, e bem, por parte da federação para que se acautele que equipas da mesma cidade ou região não atuem em casa no mesmo dia ou, se possível fim de semana, assim como se tem em conta deslocações entre as ilhas e o continente, e na gestão dos melhores árbitros, não estivesse igualmente a condicionante para que o primeiro jogo do campeão fosse em casa e fazer dele uma festa entre adeptos.
Foi tudo colocado no mesmo saco, como se fosse igual. Mas não é. Ou pelo menos não deveria ser. A equipa feminina das águias teve sorte e disputará a 1.ª jornada, a 6 de outubro, na Luz, contra o Basquete de Barcelos. Já a masculina, cuja competição começa um dia antes e tem visibilidade e impacto superior, vai à Madeira defrontar o Galomar.
3 julho 2024, 12:03
Em 2002, Wyc Grousbeck hipotecou a casa para, com sócios, comprar o clube por €336 milhões, agora valem €4,39 mil milhões e vai vendê-los
Com patrocinadores que investem nos clubes e no campeonato, a Liga vai renovar com o seu por mais três temporadas, há muito que, pelo menos as jornadas inaugurais, não deviam ficar dependentes da sorte ou azar do sorteio para que exista uma comemoração. Neste caso até se poderia aproveitar o facto, ainda mais raro, de ambos os campeões serem do mesmo clube.
Podia, facilmente, referir a NBA, que no dia em que começa a fase regular só tem dois jogos agendados, um em cada costa e escolhidos a dedo, e com o campeão a ser uma das equipas em ação pela honra e para que o mundo que acompanha a Liga assista à cerimónia da entrega dos anéis e hastear do estandarte do título. E então, no dia seguinte, sim, jogam todos os outros. Exemplo há muito adotado por essa Europa fora, menos cá, onde nem os campeões jogam, por exemplo, um dia antes.
A surpresa foi ainda maior sabendo que o próprio Benfica não pediu para disputar o primeiro encontro em casa e até ficou contente por ir à Madeira e assim despachar cedo essa viagem tendo em conta que terá de fazer algumas devido à participação, para já, na Liga dos Campeões.
Houve quem dissesse que o encontro dos encarnados na 2.ª jornada, contra a Oliveirense, era mais apetecível na televisão para ronda inaugural. Não peço tanto. Bastava inverter quem joga em casa — ainda há tempo para isso —, e se crie um evento à volta do momento, dentro e fora do pavilhão, à imagem do que, em tempos, a Liga Profissional realizou, chegou a ser em outras localidades, para a garantir casa cheia. Não se vendem espetáculos nem patrocínios através de bancadas vazias.
Se bem que há quem pretenda que passe a existir a entrega de um anel aos campeões, uma vez mais à imagem da NBA, a verdade é que os vencedores da época anterior receberam uma medalha, o que não acontece na liga americana, e por isso o significado do anel seria mais simbólico, mas, numa altura em que se sabe que aumentou a visibilidade da prova e público nos pavilhões, gosto de quem deseja: redesenhar o troféu de campeão, que passe a haver mais jogos em direto nos canais televisivos e não só o Jogo da Jornada e que as transmissões tenham sempre, por contrato, que finalizar com declarações dos protagonistas e não a seco.
Até outubro ainda há tempo para muito, é só quererem. Mas será que clubes e a FPB querem?