Haverá mãos para o Lamborghini na inevitável ressaca do leão?
Porque após tanta fartura, tanto excesso, principalmente após longo jejum, há sempre ressaca. Inevitável. E será excesso de otimismo crer que haverá mãos para o Lamborghini - por ser verde, em contraposição ao Ferrari vermelho que Jorge Jesus deixou a Rui Vitória no Benfica em 2015
Não poderia haver mais excessos na despedida de Rúben Amorim do Sporting. Desregramento de emoção e de golos na faustosa vitória sobre um colosso europeu vergado ao futebol de luxo e liderado por um dos paladinos da beleza deste jogo, Pep Guardiola.
Não poderia haver melhor despedida para um dos melhores e mais bem-sucedidos treinadores em Alvalade nas últimas décadas. Mas também foi a despedida que nenhum sportinguista desejaria. Porque após tanta fartura, tanto excesso, principalmente após longo jejum, há sempre ressaca. Inevitável.
Os mais otimistas poderão perspetivar que suceder a Amorim não será tarefa hercúlea, que técnico e departamento de futebol prepararam a sucessão e a equipa continuará sobre carris. Excesso de otimismo, dir-se-á.
Sabe-se, ainda que não oficialmente, quem se seguirá, mas desconhecemo-lo. Será excesso de otimismo crer que terá mãos para tomar os comandos do Lamborghini (por ser verde, em contraposição ao Ferrari vermelho que Jorge Jesus deixou a Rui Vitória no Benfica em 2015) sem curso de condução desportiva, mesmo se intensivo.
O Sporting com Rúben Amorim está no patamar mais alto – mesmo com deslize na despedida (a definitiva) em Braga. Substituir tão hábil e experiente estratego (piloto) com a corrida a decorrer, por outro sem tarimba, nenhuma ao mais elevado nível competitivo, é pedir… excessivamente.
Contudo, a equipa do Sporting tem mais-valia que poderá permitir compensar com êxito Rúben Amorim até final da temporada. Chama-se Victor Gyokeres. Tão genial, decisivo e insubstituível como o treinador.