Grande Galo
Foi uma derrota que doeu. Doeu no resultado, doeu na disputa para o segundo lugar. Doeu em todos os sentidos
O Gil Vicente fez um bom jogo ontem na Luz. Foi um grande Galo de Barcelos . E para o Benfica, perdulário, foi, em outro sentido, um grande galo. Foi uma derrota que doeu . Doeu no resultado. Doeu na disputa para o segundo lugar. Doeu em todos os sentidos. O Gil Vicente soube roubar espaços ao Benfica. E soube resistir. Foi, assim, um grande galo - Gil Vicente - e que provocou no Benfica um galo grande. Onde se combinou uma grande falta de inspiração e uma derrota inesperada.
Se na sexta o Sporting jogou, e ganhou sofrendo, no Algarve e ontem se realizaram, com emoção, mais cinco jogos da vigésima sétima jornada da Liga, hoje ela termina com os dois encontros que restam, um deles na Madeira e que oporá o Nacional ao Futebol Clube do Porto, agora concentrado, em exclusivo, e após um extraordinário, incluindo em termos financeiros, percurso europeu, na competição interna. Aquela que importa e ainda mais perante a alteração relevante na Liga dos Campeões que formalmente será amanhã aprovada - em rigor ratificada - pelo Comité Executivo da UEFA. Decisão que não pode deixar de merecer atenção, solidariedade e adequabilidade pelo conjunto do futebol português e não apenas no âmbito do número de clubes (SAD´s) participantes na nossa principal competição. Agora que vamos ter a Liga - a denominar-se Liga Bwin -, Liga 2 - Liga Sabseg - e a nova Liga 3 que será uma realidade na próxima época desportiva. Ou seja, se a nível interno teremos três níveis - para a próxima época ainda, em termos de transição, com o Campeonato de Portugal, diria que Liga.
Também a nível europeu teremos três competições, com a nova Conference League, ou se quisermos a nova Liga Conferência Europa da UEFA que irá arrancar na próxima época. A alteração dos quadros competitivos aí está. E a nova Liga dos Campeões arranca em 2024/2025. Até lá importa criar todas as condições para assegurarmos, de forma direta, três clubes portugueses nesta Liga que dará ainda mais milhões. E que exigirá solidariedade interna, seja na adequação das nossas competições seja na avaliação/repartição das receitas a receber. Já que também no futebol e na sua indústria deve ser verdadeira a sugestão de Clarence Darrow: «O homem que luta por outro é melhor do que aquele que luta por si próprio.» E este princípio, bem real na vida vivida, tem de ser assumido pela indústria do futebol português nestes tempos de significativas mudanças. Basta recordarmos John Kennedy: «A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro!» Irão mesmo!
Amanhã regressam os escalões de formação que, em rigor, e com muita dor, estão parados desde março do ano passado. O que é um momento bem extraordinário e merece uma saudação nossa ao tecido federativo e associativo que soube resistir e soube apoiar. E, aqui, e no futebol, sublinhe-se o papel da Federação e do seu Presidente - e do Tiago Craveiro! - para que o regresso fosse efetivo, cumprindo as medidas de testagem que estes tempos de metamorfoses exigem e implicam. Sim, a pandemia que ainda nos angustia e condiciona suscitou, em cada um de nós, uma verdadeira metamorfose, na linha do herói de Kafka. Mas este tempo de “confinamento ontem e confinamento amanhã’ implica responsável abertura, agora que a vacinação é uma realidade efetiva. E, mesmo em tempos de reforço de autoridade e influência do poder executivo, é importante que os princípios da igualdade e da proporcionalidade constitucionalmente consagrados sejam garantidos no âmbito do desporto e dos seus adeptos. Para além da prática “reconquistada” na formação, estou convicto que a diplomacia de influência de Fernando Gomes, e da sua equipa, tudo fará para que haja um sinal de uma restrita normalidade para o adepto do desporto. Este adepto é apaixonado mas é cidadão responsável. Sente o seu clube, mas é racional nos comportamentos e atitudes. Como são todas e todos aqueles que assumam a cultura em sentido amplo, e, por excelência, os espetáculos ao ar livre. Acredito que Fernando Gomes, e sua equipa, e o conjunto dos dirigentes desportivos, federativos e associativos, tudo farão para que haja um sinal de abertura para o regresso do adepto ao seu espaço natural: ao estádio ou ao complexo desportivo, por excelência ao ar livre. Já que «a esperança é um empréstimo que se pede à felicidade»!
Importa olharmos, com atenção desportiva, para a Liga 2. Há seis equipas que lutam pela promoção direta e pelo acesso à liguilha com o décimo sexto classificado da Liga NOS. O Estoril tem uma vantagem clara. Mas Vizela, Chaves, Académica, Feirense e Arouca lutam pelo acesso, que também dá milhões, ao principal escalão do nosso futebol. E do Mafra - décimo primeiro classificado - ao Futebol Cube do Porto B - décimo oitavo classificado - a diferença é, tão só, de oito pontos. E hoje disputam-se cinco jogos da vigésima nona jornada desta Liga e a luta pela manutenção vai ser acesa e vai disputar-se nos relvados e, antecipo, porventura fora deles. Basta dizer, aqui, e como pura provocação, que pode até ocorrer, antes de acesa e polémica disputa jurídica, que desça apenas um clube (SAD)… à nova Liga 3… É a minha imaginação… mas é o real da minha imaginação!!!
Telma Monteiro é campeã Europa no Europeu da modalidade que Lisboa organiza. É a décima quinta medalha que conquista e a sexta medalha de ouro. Números que impressionam e que levaram este jornal a fazer ontem uma capa merecida, justa e que regista a história. De uma atleta de eleição, de uma cidadã empenhada e de uma benfiquista que nos enche de orgulho. E, aqui, o orgulho é o reconhecimento do génio! E o génio, por vezes, como se apreende da sua já longa carreira, implica uma grande aptidão de paciência. Muitos parabéns Telma! E, agora, esperamos, Tóquio! Se os Jogos se concretizarem!
Hoje Miguel Oliveira sai do décimo lugar do Grande Prémio de Portugal de Moto GP, mas acredito que chegará a um dos lugares da frente. Acredito mesmo. Força Miguel Oliveira!
Ontem o Dr. Dias Ferreira fez anos. Setenta e quatro. Uma vida, bem cheia, de Direito e de Desporto. Uma vida em que o Sporting é paixão permanente e a Família uma forte e dedicada âncora. E onde estão os Amigos, de cores e cachecóis bem diferentes. Sejam de Lisboa ou de Aveiro, de Tavira ou Setúbal. O que sei é que «a amizade duplica as alegrias e divide as tristezas»! Parabéns, hoje e aqui, José Eugénio Dias Ferreira!