Graeme Souness, um figurão do futebol
Graeme Souness em 1999, disparando contra Vale e Azevedo. Foto A BOLA

Graeme Souness, um figurão do futebol

OPINIÃO26.09.202411:11

Antigo treinador do Benfica é de leitura obrigatória

Reparei esta semana que o Anthony Martial foi para o AEK de Atenas, da Grécia. Talvez seja esse o seu nível

Graeme Souness, antigo jogador e treinador e atual comentador

A frase que transcrevo acima é a primeira do artigo de Graeme Souness, seguramente no top 5 de melhores jogadores de sempre da Escócia e treinador polémico que passou pelo Benfica no final do milénio passado, antes de se dedicar ao comentário sobre futebol, desta semana no Daily Mail. Com ela, consegue uma proeza assinalável: destrói Martial (um flop de nove épocas no Manchester United), o AEK e a qualidade geral do futebol grego sem que seja preciso parar para respirar.

As opiniões de Souness são de leitura obrigatória. Não é Valdano, um filósofo do futebol. É diferente, talvez mais interessante — não tem medo das palavras (de tal forma que vários comentários na televisão já lhe causaram problemas) nem de assuntos. Fala da atualidade ao mesmo tempo que recorda episódios da sua carreira, no relvado e no banco. Atira a matar e não faz prisioneiros, sobretudo quando aborda tudo o que seja Manchester United, como bom ícone do Liverpool que é.

Há 25 anos, em Lisboa, ouvi-o dizer de Vale e Azevedo: «Este homem não é de palavra, não se pode confiar nele, este homem mente enquanto te olha nos olhos. É um homem perigoso.» O então presidente do Benfica ainda estava mais ou menos em estado de graça e poucos ouviram o aviso, mas Souness tinha razão.

Não foi enquanto treinador o que conseguiu ser enquanto jogador, mas é um figurão do futebol e deve ser apreciado.