Presidente do Sporting salienta que a equipa «está em todas as frentes»

Futuro de Varandas no Sporting está nas mãos de Rui Borges

Nesta nova... nova era em Alvalade pode jogar-se muito mais o futuro de Varandas do que aquilo que se possa imaginar. Se correr mal, não faltará oposição a aparecer (e a reaparecer). Este é o 'Nunca mais é sábado', espaço de opinião de Nuno Raposo

Com a apresentação de Rui Borges como o 5.º treinador de Frederico Varandas desde que em setembro de 2018 assumiu a presidência do Sporting — sim, cinco em pouco mais de seis anos e não oito como já vi, li e ouvi por aí, que só por desonestidade intelectual se pode meter neste rol José Peseiro, a escolha de Sousa Cintra no verão quente da transição entre a destituição de Bruno de Carvalho e a eleição do atual líder, e só por esquecimento se podem considerar os interinos Tiago Fernandes e Leonel Pontes nestas contas definitivas — começou uma nova… nova era em Alvalade. Mas nesta nova nova era quem mais joga o futuro não me parece que seja o treinador transmontano de 43 anos, que ontem orientou o primeiro treino da equipa leonina, que tem apenas três dias para preparar um dérbi com o Benfica onde se joga a liderança do campeonato e que no horizonte tem também uma deslocação ao terreno do Vitória de Guimarães e uma meia-final da Taça de Liga com o FC Porto — uma carga de trabalhos para começar, um mês de janeiro que vai ter também os dois jogos decisivos na fase de liga da Champions, com RB Leipzig na Alemanha e Bolonha no Estádio José Alvalade... Nesta nova nova era começa a jogar-se um novo novo futuro de… Frederico Varandas.

Já aqui lhe reconheci os méritos na escolha de Ruben Amorim, dei o braço a torcer pelas críticas que antes lhe fiz para reconhecer os méritos dos trabalhos árduos que soube fazer, aproveitando o escudo dos bons resultados que Amorim lhe proporcionou — medidas impopulares que tinham de ser tomadas para frutos mais tarde darem em proveito do clube foram tomadas, sem que sócios e adeptos outrora contestatários, sobretudo das franjas mais radicais, como as claques entretanto colocadas na clandestinidade, pudessem ter algum fôlego bloqueador. Ou seja, o mérito de Varandas e sua equipa foi além de escolher um treinador que agora está apenas num dos maiores clubes do mundo, o de maior escala planetária de todos os da Premier League, foi ao ponto de equilibrar contas mesmo que para isso fosse necessário perder os anéis… essa aposta impopular revelou-se numa temporada desastrosa desportivamente, num 4.º lugar que afastou a Champions da rota, mas permitiu investimento que mais tarde proporcionou entrada de muitos milhões de euros nos cofres da SAD e como isso construir nova equipa vencedora e mantê-la a pensar num bicampeonato inédito em 70 anos.

O problema foi a saída de Amorim e a aposta de Varandas naquele que era o seu escolhido, um novo predestinado. Toda a gente passou a esquecer a escolha acertadíssima de março de 2020 para se lembrar de Marcel Keizer, de Silas… Ou seja, à memória de muitos e muitos voltaram duas escolhas falhadas, o neerlandês e o português, e agora também João Pereira… Ou seja, para muitos passou a contar mais que em quatro treinadores escolhidos por Frederico Varandas três foram falhanços claros do presidente.

E à memória da administração sportinguista deve vir também que se Rui Borges não der certo, não faltará oposição a aparecer (ou reaparecer), não apenas a pensar nas eleições de 2026, mas talvez mesmo em pedir a antecipação das mesmas… Por isso ontem não começou a apenas a era Rui Borges no Sporting: pode ter começado também uma contagem decrescente para possível corrida eleitoral que há menos de dois meses se pensaria ainda distante e sem história, apenas para consagrar um dos mais titulados presidentes da história leonina. O futebol é tramado…