Que meninas e mulheres a jogar à bola possam ajudar a mitigar as ideias retrógadas que surgem nos 50 anos do 25 de abril
A semana que este sábado termina começou com uma importantíssima decisão do Tribunal Central Administrativo Sul, a confirmar o castigo (desportivo, note-se) a um treinador de futebol feminino punido por cinco casos de «comportamentos discriminatórios em função do género e/ou da orientação sexual». Basicamente, casos de assédio.
Confirmação do Tribunal Central Administrativo (TCA) Sul após contestação da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) à amnistia da Jornada Mundial da Juventude. Treinador foi alvo de denúncias de jogadoras do Rio Ave em 2020/2021
Num tempo em que se publicam livros a louvar o conceito de família do Estado Novo e em que surgem ideias peregrinas de conferir estatuto fiscal a donas de casa, em cima das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, todo o cuidado é pouco.
«Identidade e Família»
Meninas, mulheres: joguem à bola! Se gostarem, excelente. Mas mesmo que não gostem façam-no de vez em quando: quanto mais não seja servirá para aborrecer as forças que agora emergem da Idade Média e arrepiar as barbas de tantos beatos que vão colocando a cabeça de fora no espaço público, depois de terem mantido a vergonha durante 50 anos e agora terem visto num tal de Chega a chama (o facho) de uma pretensa moral conservadora, retrógrada e nacionalista.
«Movimento quer criar estatuto de dona de casa»
De chorar por mais
Que golaço de Joca no Rio Ave-Arouca de ontem. A provar que nem sempre está nas televisões estrangeiras a beleza do futebol.
No ponto
Louvável a ideia da Liga de aumentar as sanções para casos de salários em atraso nos campeonatos profissionais.
Insosso
Quando é que os regulamentos das competições vão tornar fácil perceber se (neste caso) Mihaj, do Famalicão, já cumpriu um castigo?
Incomestível
Os anos passam, numas vezes ganham uns e noutras outros, mas a narrativa de quem perde raramente sai do mesmo sítio: a arbitragem.