FC Porto: o ouro que a casa precisa
Rodrigo Mora renovou com o FC Porto até 2027 (FOTO: FC PORTO)

FC Porto: o ouro que a casa precisa

OPINIÃO14.07.202407:30

André Villas-Boas prometeu apostar na formação e Vítor Bruno já trabalha para isso. Mas há que encontrar o equilíbrio entre as jovens promessas e um plantel competitivo...

Durante a apresentação como novo treinador do FC Porto, Vítor Bruno deixou logo claro: com ele, os jovens da formação não vão «descansar» e os talentos não serão «subestimados» pela idade. Chamou-lhes, então, «o ouro da casa». O novo presidente, André Villas-Boas, também tinha feito campanha nesse sentido: prometeu sempre mais jovens formados nos dragões a chegar à equipa principal, não só pela qualidade, mas também pela necessidade de valorizar ativos e de comprar menos desperdício.

O FC Porto 2024/25 promete, assim sendo, baixar a média de idade do plantel e dar mais oportunidades a talentos como Rodrigo Mora, Martim Fernandes, Vasco Sousa e Gonçalo Sousa. Entre estes e outros jovens que estão a fazer a pré-época dos dragões, há muitos que não tinham sequer nascido no Euro 2004, que se realizou em Portugal, e que estavam a começar a adolescência quando chegou a covid-19. Chocante, sim, mas com este Europeu de Lamine Yamal estaremos todos mais calmos em relação a isso.

Na realidade, a discussão sobre a aposta na formação já não precisa de ser feita. Os três grandes portugueses (e não só) há muito perceberam as vantagens (e, lá está, a necessidade) de formar miúdos, colocá-los em campo, retirar proveitos desportivos disso e, depois, vendê-los por boas quantias. É a realidade, volto a frisar.

Portanto, resta avaliar que peso deve ter esta camada no plantel. À partida, todos dirão que deve ser gerida com equilíbrio, para os mais jovens crescerem com os mais experientes e as equipas não deixarem de ser ultra-competitivas e de lutar por títulos por esta razão. Só que o FC Porto não está a preparar a nova época apenas preocupado com o futuro, está a trabalhar em cima de uma linha financeira muito fina, que tem tendência a quebrar a qualquer momento.

Não sabemos, nesta altura, quais dos habituais titulares ainda vão sair neste mercado. O que sabemos é que os azuis e brancos precisam muito de dinheiro em caixa e que não têm o poder negocial de outrora. O que também sabemos é que há qualidade nesta geração, sendo Rodrigo Mora provavelmente o melhor exemplo disso (tem 17 anos, o que na escala Yamal quer dizer que está no ponto!). Mas o que ainda não sabemos é que potencial vai ser confirmado e de que forma um destes jovens pode ajudar a substituir Francisco Conceição, Diogo Costa ou Pepê.

Vítor Bruno e Villas-Boas já devem saber mais sobre isto. De qualquer das formas, é certo que para juntar títulos àquela casa vai ser preciso ouro...