Eurolândia, dia 6: uma Albânia cheia de alma a esvaziar a Croácia
Klaus Gjasula celebra golo do empata da Albânia diante da Croácia (Sebastian Frej/IMAGO)
Foto: IMAGO

Eurolândia, dia 6: uma Albânia cheia de alma a esvaziar a Croácia

OPINIÃO20.06.202400:37

Alguns pensamentos e notas tiradas sobre o Campeonato da Europa de 2024

Dia 6 do Euro 2024. A Alemanha confirmou os oitavos de final com novo triunfo no Grupo A, agora diante da Hungria, enquanto a Suíça adiou a festa, ao não conseguir derrotar a Escócia, que limpou um pouco a face depois da goleada sofrida perante os organizadores. Na última jornada, os helvéticos defrontam precisamente a equipa da casa.

Na Mannschaft, Gundogan, que assistiu e marcou, e com isso sublinha a sua influência na equipa, e o jovem Jamal Musiala, de novo a faturar, deram cor a uma exibição sólida, mas nem por isso extravagante. No entanto, a Alemanha parece finalmente estabilizar e demonstra uma boa margem de crescimento para os desafios que aí vêm. Julian Nagelsmann encontrou a sua equipa-base: repetiu o 11.

Já os suíços tiveram dificuldades perante os escoceses. Titular ao segundo jogo, Shaqiri marcou no sexto torneio consecutivo, somando Europeus e Mundiais, porém nem com isso a equipa se empolgou. O arranque tinha começado com o autogolo de Schär, e o conjunto sentiu dificuldades para encontrar o seu ritmo habitual.

Os britânicos dividiram a posse de bola, tiveram as suas oportunidades, incluindo uma bola ao poste, e mantêm-se vivos. Murat Yakin mexeu no onze e a equipa pareceu piorar quando comparada com a primeira jornada. Kwadwo Duah, que marcou na estreia, agora não saiu do banco. Aebischer, já sem o efeito-surpresa, teve menos liberdade para se meter por dentro e esteve longe também de fazer a diferença.

O Croácia-Albânia foi o grande jogo do dia, a contar para o Grupo B. Zlatko Dalic fez alterações para compensar as dificuldades na primeira jornada. Pongracic, exposto na primeira fase de construção pela Roja, que condicionou Sutalo, entregou a posição a Gvardiol, que tinha jogado a lateral-esquerdo na estreia. Por sua vez, o veterano Perisic ocupou o lugar do defesa do Manchester City junto à faixa. Stanisic foi substituído por Juranovic e Budimir, o ponta de lança, descansou, entrando Petkovic para o 11. O upgrade fazia em parte sentido, mas acabou por não resultar, com o castigo a chegar já nos descontos.

Mudanças na Croácia no segundo jogo, com Gvardiol a ir para central para melhorar a saída e Perisic a entrar na esquerda para garantir profundidade. Juranovic substituiu Stanisic e Petkovic associava-se, em teoria, mais do que Budimir.
Menos alterações na Albânia: Rey Manaj acrescentava irreverência no ataque em relação a Broja, e Laci, em vez de Seferi, garantia um maior apoio ao antigo avançado da formação do Barcelona.

Mais um golo marcado cedo pela Albânia, que baixou logo depois o bloco e tentou aguentar o resultado com o seu habitual 4x5x1, com os croatas a encontrar poucas soluções para penetrar. A resistência durou 74 minutos. Kramaric empatou e, dois minutos depois, Gjasula não evitou um ressalto e enganou Strakosha. Parecia o fim dos albaneses, mas Sylvinho terá conseguido incutir nos seus jogadores uma alma tremenda desde que assumiu como selecionador e, depois de vários avisos, Gjasula acertou na baliza certa, tornando-se o primeiro suplente a assinar tanto um autogolo como um golo no mesmo encontro.

Com a Itália no horizonte na última jornada, os croatas têm agora de respirar fundo para um último fôlego. Apontados como underdogs, embora em fase de declínio das principais figuras, muito terão de fazer para evitar o rótulo de maior desilusão da fase final. Já os albaneses irão certamente com tudo ao encontro dos espanhóis.