AVENIDA BERLIM Esta ainda é a melhor profissão do Mundo
A crónica diária de um repórter no Euro 2024
MARIENFELD — O cansaço vai-se acumulando, mas parece, por vezes, funcionar como combustível para a jornada seguinte. Não há volta a dar: a vida de jornalista é maravilhosa, deu-me mundo como nunca imaginei e aventuras irrepetíveis, a uma velocidade por vezes vertiginosa, quase louca, que, por vezes, quase nos atira ao chão, por conta de noites mal dormidas, refeições a correr e fora de horas, muitos quilómetros na estrada e muitos, muitos passos daqui para ali e dali para aqui. Tudo para que, desse lado, nada falte.
Quem corre por gosto não cansa, diz o ditado popular; e não podia ser mais acertado. É mesmo isso: uma corrida da qual não nos cansamos, apesar… do cansaço; que nos faz querer sempre mais, numa espécie de adição à adrenalina de ter de recolher informação, fazer reportagens e entrevistas, e depois passá-las para o site, para a TV e para este pedaço de papel com tanta história e preenchido com tanto esforço, mas também com tanto amor e devoção.
Nem tudo é fácil, mas é absolutamente apaixonante. Sabemos que deixamos em casa quem nos ama e que por vezes sofre de saudades; que também vamos tendo, aqui à distância, agora que se fecha a primeira semana de aventura com a Seleção na Alemanha. «A primeira de quatro», vamos dizendo em surdina, naquele desejo de que Portugal chegue a 14 de julho. Somos jornalistas. Com orgulho de abraçarmos aquela que é mesmo a melhor profissão do Mundo.