19 dezembro 2024, 19:38
Águia vermelha em pedra dura furou resistência de Lucas França (crónica)
Demorou, demorou, demorou, mas golos acabaram por aparecer, pelo meio de uma exibição de luxo do guarda-redes do Nacional
Três candidatos separados por dois pontos. Para a maioria de nós vêm aí as Festas, para os três candidatos ao título vem um período que pode ser decisivo
Nos últimos 20 anos, só em cinco ocasiões a equipa que virou o ano em primeiro lugar o perdeu em maio. É nisto que devem estar a pensar treinadores, jogadores, dirigentes e adeptos dos três candidatos ao título, a dois jogos da passagem para 2025 e depois de o Benfica ter apimentado ainda mais a luta com a vitória desta quinta-feira na Choupana, num jogo em atraso que era uma espécie de reserva moral para os encarnados e uma esperança contida de Sporting e FC Porto.
19 dezembro 2024, 19:38
Demorou, demorou, demorou, mas golos acabaram por aparecer, pelo meio de uma exibição de luxo do guarda-redes do Nacional
Passado o teste encarnado na Madeira, de forma categórica e incontestável, os holofotes mediáticos viraram-se de imediato para o dérbi de 29 de dezembro.
Arriscaria, porém, que a jornada do próximo fim de semana pode até dizer mais sobre o futuro do que propriamente o desfecho do Sporting-Benfica que fará descer o pano sobre 2024.
O Sporting é quem tem mais a perder neste processo, vítima de si próprio justamente por ter perdido seis pontos inesperados que lhe poderiam ter dado um revéillon descansado, independentemente do que viesse a suceder no grande clássico. Arriscaria que o resultado de domingo, frente ao Gil Vicente, em Barcelos, será mais determinante para o ainda líder (convém não esquecer esta condição) do que propriamente o da receção ao Benfica.
Mesmo vencendo, como é expectável mas muito longe de garantido, haverá sempre um Sporting que se pressente ir de mais para menos, enquanto o Benfica, salvo enorme surpresa que o Estoril possa causar na próxima segunda-feira, vai a Alvalade claramente de menos a mais, mesmo com o percalço do empate na Vila das Aves.
Na sombra, quase em pezinhos de lã, trabalha o FC Porto. Longe de ser brilhante, tem sido eficaz na maior parte dos seus desafios internos. Perdeu com os dois rivais, é certo, mas perdeu fora de casa e tem o alento de saber que os recebe na segunda volta. E é muito por isto que a próxima jornada é mais importante do que parece: se no sábado ultrapassar o fantasma de Moreira de Cónegos, a equipa de Vítor Bruno, com a garantia de que um dos dois ou os dois adversários diretos perderão pontos uma semana depois, pode ainda dormir no primeiro lugar, ainda que à condição. E isso sabe sempre bem, sendo que o FC Porto também vai claramente de menos a mais.
Quando entrarmos em 2025 perceberemos melhor o que está e o que pode acontecer na Liga. Sempre com o sortilégio próprio do futebol, e ainda bem.