Iván Jaime, jogador do FC Porto, remata no jogo entre o FC Porto e o Al-Nassr no Estádio do Dragao no Porto. Domingo 28 de Julho de 2024 (ANDRE ALVES/GRAFISLAB)(GRAFISLAB)
Iván Jaime, jogador do FC Porto (GRAFISLAB)

E o 'flop' de 2024 vai para...

OPINIÃO30.12.202407:30

Issa Kaboré, Iván Frenesda ou Iván Jaime? Iván Jaime! Roger Schmidt, Roger Schmidt ou Roger Schmidt? Roger Schmidt! E há também a derrota, embora não verdadeiramente 'flop', de Pinto da Costa!

Por alguma razão este texto de opinião se chama, há quase 20 anos, Meio Anjo, Meio Diabo. Meio Anjo porque, por vezes, me apetece ser dócil nos comentários como quase sempre é Paulo Futre; Meio Diabo porque, noutras ocasiões, me apetece ser rude como Roy Keane sempre é. Fico-me, pois, por ser uma espécie de Paulo Keane ou Roy Futre. Nem totalmente Anjo, nem totalmente Diabo. Porém, agora, a um dia da passagem de 2024 para 2025, serei mais Keane do que Futre e não nomearei os melhores do ano, mas aqueles que, para mim, só para mim e nada mais do que para mim, foram os piores do ano.

A começar pelo jogador ‘flop’ do ano. Podia escolher Issa Kaboré: 7 jogos pelo Benfica e apenas 193 minutos. Nenos de 10 por cento do tempo de jogo das águias em 2024/2025. Para um clube que só tinha Bah como lateral-direito e para um jogador que passara, nas últimas cinco épocas, por Malines, Troyes, Marselha e Luton Town, não é propriamente brilhante. Mas Kaboré é quase como a pescada: antes de ser ‘flop’ já o era. Outra hipótese é Iván Fresneda. Custar 9 milhões de euros no verão de 2023 e, ao longo dos 366 dias de 2024, ter jogado apenas 357 minutos, não é pouco. É muito pouco. Jogou ainda menos, percentualmente, do que Kaboré no Benfica: cerca de sete por cento do tempo de jogo do Sporting. Porém, o 'flop' dos 'flops', para mim, é Iván Jaime. Está a jogar muito menos (metam muito menos nisso) do que se esperava quando foi contratado pelo FC Porto ao Famalicão. Esteve em 1081 minutos (32 jogos), 23 por cento do tempo de jogo dos dragões em 2024, mas ficou quase infinitamente distante do talento mostrado no Famalicão.

Roger Schmidt, sem ponta de dúvida, é o 'flop' do ano na categoria treinadores. Campeão nacional em 2022/2023 e, nos 19 jogos do Benfica para a Liga em 2024, perdeu 14 pontos para o Sporting. Pelo meio, foi derrotado por 0-5 no Dragão e duas vezes por 1-2 com o Sporting (Liga e Taça de Portugal). Acabou por sair pela porta desportiva mais pequena e por uma financeira bem aberta.

A derrota do ano vai para o homem que nunca perdera: Jorge Pinto da Costa. Podia ter abdicado de ir a eleições com aquele que, desde cedo, se previa que pudesse ganhar, mas foi a jogo. Perdeu de forma clara e assim se colocou ponto final na mais longa presidência de um grande clube mundial: 42 anos e meia dúzia de dias. O segundo é Santiago Bernabéu, que liderou o Real Madrid entre setembro de 1943 e junho de 1978: 34 anos e quase nove meses. Nunca a derrota frente a André Villas-Boas poderá ser considerada um verdadeiro 'flop' na vida de quem foi 23 vezes campeão e duas vezes vencedor da Taça/Liga dos Campeões. Mas marcará a sua vida. E que esta continue a ser como já é: longa.