Duzentos e onze milhões contra o River
'JAM Sessions' é um espaço de opinião semanal de João Almeida Moreira
No ano passado, o Fluminense venceu a Taça dos Libertadores. Em 2022, foi a outra metade da dupla Fla-Flu, o Flamengo, que se sagrou rei do subcontinente. Nos dois anos anteriores, o Palmeiras, de Abel Ferreira, levantou o troféu. Em 2019, deu Fla, de Jorge Jesus. São cinco anos seguidos de domínio brasileiro da prova.
Com a segunda população, 211 milhões de habitantes, e a segunda economia, 1,92 biliões de dólares, das Américas, atrás, em ambos os casos, apenas dos EUA, o Brasil tem tudo para manter a preponderância em 2024: nos quartos de final estão o campeão Flu, o Atlético Mineiro, o São Paulo, o Botafogo e o Mengão.
Sobram os uruguaios do Peñarol, os chilenos do Colo-Colo e os argentinos do River Plate, os últimos não brasileiros a ganharem a prova, em 2018, frente ao rival Boca Juniors, em Madrid. O River de 2024 é, aliás, o principal (para alguns observadores, o único) obstáculo entre o Brasil e a taça.
Com mais conquistas, quatro, do que qualquer clube brasileiro, Los Millonarios, para fazerem jus à alcunha, investiram 21 milhões de euros nesta janela, segundo o jornal Olé. Em Ledesma, guarda-redes do Cádiz, Bustos, lateral do Internacional, Meza, médio do Monterrey, Gattoni, central emprestado pelo Sevilla, Carboni, lateral emprestado pelo Inter, e ainda a dupla de campeões mundiais Pezzella, central ex-Betis, e o antigo leão Acuña, lateral ex-Sevilha.
Mesmo num cenário económico desafiador na Argentina, o clube divulgou no fim de 2023 o que chamou de melhor superávit da história, 52,3 milhões de dólares, para o qual contribuíram as vendas de Enzo Fernández para o Benfica, por 44 milhões de euros, e as de Echeverri (Manchester City, 18,5), De La Cruz (Flamengo, 14,5), Beltrán (Fiorentina, 12,6) e Barco (Spartak, 14), num total de 103 milhões em duas épocas.
O River, atrás apenas de Palmeiras e Flamengo e imediatamente à frente de Botafogo e Atlético Mineiro, é agora o terceiro clube mais valioso da América do Sul, segundo o site Transfermarkt. Livre no mercado, James Rodríguez, ex-FC Porto, pode ser o próximo às ordens do maior reforço, o treinador Marcelo Gallardo, que ganhou duas Libertadores, uma Copa Sul-Americana um título argentino e até uma estátua de sete toneladas em frente ao Monumental de Núñez.
Por falar em Monumental de Núñez, ou Mâs, o nome de uma cadeia de supermercados que o patrocina, a final da Libertadores deve ser lá: deve porque, para já, só é conhecida a cidade sede, Buenos Aires, não está oficializado que o jogo será no reformado recinto do River.
Com o dono da casa em campo? O sorteio ajuda: os Millonarios estão na parte fácil do quadro, enfrentando Colo-Colo nos quartos, e, se passarem, Flu ou Galo nas meias; na outra metade, estão Fogão, Fla e São Paulo...