O divórcio entre Sérgio e o FC Porto parece próximo, mas ainda ninguém assinou papéis
O Marselha parece estar a tentar convencer Sérgio Conceição a mudar de ares. A despedida praticamente anunciada do FC Porto ainda não se confirmou oficialmente e, mesmo depois de o treinador dar a decisão como fechada, a reunião com André Villas-Boas só vai acontecer, estranhamente, no início da próxima semana. Até lá, o cenário mais provável de saída mantém-se e muitas opiniões serão dadas sobre a mudança de liderança na equipa azul e branca.
Presidente conversará com o treinador no início da próxima semana; vai auscultar o que tem a dizer, prometendo total lisura e dignidade no processo de saída; avanço para uma nova equipa técnica só após fechar este dossiê sensível
Entretanto, Sérgio Conceição estará certamente a avaliar o próximo passo. A aproximação do Marselha tem sido constante, enquanto o Milan parece mais encaminhado para Paulo Fonseca e o alegado interesse do Barcelona não terá passado de um breve fogacho.
Sem querer desvalorizar um clube histórico francês - com um estádio mítico, adeptos fanáticos e que na época que agora terminou até eliminou o Benfica na Liga Europa -, custa um pouco assimilar que Conceição possa sentar-se à mesa com os representantes do 8.º classificado da Ligue 1, que não estará presente nas competições europeias na próxima época.
Após sete anos no FC Porto e 11 títulos conquistados, com campanhas europeias que o mostraram como um feroz competidor ao mais alto nível, Sérgio tem toda a legitimidade para ambicionar mais. Mas curiosamente, além do tom cansado dos últimos meses e das palavras em forma de adeus no passado domingo, não ouvimos o treinador portista fazer essa exigência publicamente. Quando confrontado, por exemplo, com o interesse destes três clubes estrangeiros, Conceição respondeu aos jornalistas que estavam «doidinhos» que ele saísse, mas ficou-se por aí. Comparando o incomparável, não é difícil imaginar que, na mesma situação, Jorge Jesus tivesse assumido que Barcelona, Milan, Marselha e tantos outros não dormiam até o contratarem. Tinha mais piada, é certo, mas adiante.
Então, se Sérgio não está a pensar nisso, em que poderá pensar? Com a decisão tomada, não haverá ainda uma pequena esperança nele de ser convencido a ficar? Os papéis para o divórcio até já podem estar nos advogados, mas numa relação de amor como esta é natural que haja dúvidas.
Certo é que, se o futuro de Sérgio Conceição for lutar pelo top 10 da Ligue 1 e sem provas europeias para o animar, terá de haver mesmo uma razão muito forte para sair do FC Porto. E 80% de votos em Villas-Boas são muitas razões, obviamente, mas enquanto o Marselha se posiciona pelo treinador, ainda não vimos o presidente portista procurar um substituto. As palavras até têm sido sempre elogiosas, mas também não seria a primeira relação a terminar com um «o problema não és tu, sou eu».
O que parece, por agora, é que Sérgio Conceição não arranjará melhor do que o FC Porto. E o FC Porto, arranjará melhor do que ele? Ainda há tempo para os envolvidos pensarem bem nisso. O dia de assinar os papéis está a chegar...