Brincadeirinha
O futebol tem dado luta no combate aos euros. Infelizmente, só não dá luta à chica-espertice
ESTA semana trouxe-nos personagens que gostam de brincar com dinheiro e/ou com os sócios. O emir do Catar integra o grupo dos primeiros visto que foi ele, de forma isolada, quem decidiu travar a transferência de Mbappé para o Real Madrid. Preferiu que um dos seus negócios (PSG) perdesse algum (para não dizer muito) retorno financeiro só para assistir ao resultado desportivo do trio composto pelo francês com Messi e Neymar até Maio de 2022. Razão tem o presidente da Liga espanhola quando promove o perigo dos “clubes-estado”, como os parisienses e o City de Manchester, para o ecossistema do futebol. Note-se a curta distância em euros daquela que seria uma receita milionária essencial providenciada pela transferência de um jogador que compete na liga francesa em relação às perdas globais (devido à pandemia) desta mesma liga. É o que dá ter um poço sem fundo mas sendo triste de ver, excetuando os 7 championnats que o PSG ganhou nos últimos 11 anos, que não existe sequer uma competiçãozinha europeia para amostra. Louve-se o futebol pois tem dado luta no combate aos euros. Infelizmente, só não dá luta à chica-espertice. É o caso do processo eleitoral no Sport Lisboa e Benfica que já tem data marcada para o próximo dia 9 de Outubro. Perante a renúncia ao cargo apresentada pelos membros dos órgãos sociais (provocando, assim, eleições antecipadas), o processo terá que estar impreterivelmente concluído no prazo de 45 dias conforme obriga o artigo 48.º dos estatutos. Perante tal anúncio, a reação dos sócios dividiu-se imediatamente conforme era expectável: num lado, os ingénuos democratas que acreditavam na concessão de um período mínimo e adequado de tempo com vista à preparação da criação das listas pelos eventuais interessados. Noutro lado, os defensores do poder instalado prestes a ser renovado, crê-se, com apenas algumas alterações pontuais. Cumprido à risca o empréstimo obrigacionista e a sofrida entrada na Champions, o alfaiate da mesa de Assembleia Geral apressou-se a criar um fato com três AGE’s até Outubro: 17 e 30 de setembro para, respetivamente, decidir o novo Regulamento Eleitoral e aprovar as contas, culminando com as eleições.