Opinião O outro jogo da nova época
Terminado o Europeu, viram-se de novo todas as atenções para a vida dos clubes. A nova temporada, porém, traz outro desafio bastante interessante de seguir: o da FPF
E eis que esta segunda-feira, 15 de julho de 2024, marca o regresso à normalidade mediática e futebolística. Jogada a final do Europeu, a atenção vira-se totalmente para a atividade dos clubes. Este acontecimento dá-se depois de uma verdadeira cimeira, em Berlim, entre duas monarquias, o que não deixa de transportar alguma ironia em tempos que se revelam bastante complicados para várias repúblicas Mundo fora. Mas não será a política a principal convidada desta conversa, pelo menos até ver.
Gozadas as férias da maioria, as equipas dos principais clubes já trabalham a todo o gás tendo em vista a nova temporada. Todos eles condicionados até final de agosto, por força do mercado de transferências. Uns mais necessitados que outros, mas nenhum com margem financeira suficiente para se dizer indiferente à força do dinheiro que ditará leis no resto do verão.
Sporting e FC Porto ainda não apareceram em público, mas tem havido notícias de jogo-treino com vitórias prometedoras. O Benfica sim, já chegou ao espaço mediático com dois jogos em dois dias, ainda que em canal fechado. E também ele com fartos motivos para fazer sorrir e inflar de esperança os adeptos. É sempre assim: os candidatos ao título — onde se inclui, por maioria de razão, o SC Braga — vivem defesos cheios de promessas, boas expectativas, regressos saudados, ausências choradas, novidades apetitosas. Quando as coisas se passam de outra forma é sinal de que nem tudo está normal nos mundos mediático e futebolístico. E o futebol também se faz desta magia.
A temporada de 2024/2025 traz desafios importantes: as competições europeias mudaram de formato; a Taça da Liga diminuiu o quadro competitivo, mas os calendários continuarão apertados por força do aumento de jogos europeus, para os que lá vão, e menos preenchidos para quem não joga na UEFA; a centralização dos direitos televisivos é um tique-taque constante que poucos parecem estar a escutar com ouvidos de ouvir; a entrada de estrangeiros está limitada por força de decisões governamentais.
No meio destes desafios — e afinal cá está a política — a Federação Portuguesa de Futebol vai fechar um ciclo de 13 anos sob a presidência de Fernando Gomes, o mais tardar em fevereiro de 2025. Até agora há quatro protocandidatos à sucessão, nenhum oficializado: Pedro Proença (o que significaria alteração também na Liga Portugal), Nuno Lobo, José Couceiro e Rui Moreira. Vai correr muita água debaixo das pontes até percebermos os cenários finais. Mas a par dos resultados desportivos desportivos este será um jogo interessante de seguir na presente temporada.