Benfica: aproveitar o momento
Águia atravessa onda positiva, Sporting pelo contrário...
Há momentos assim, em que tudo corre bem. Depois duma visita ao Mónaco na qual os momentos determinantes da história do jogo sorriram todos, ou quase, ao Benfica, a deslocação de domingo a Arouca foi desbloqueada com um autogolo (Fontán assustou-se com a anterior presença de Pavlidis nas suas costas, embora o grego já nem lá estivesse...), logo aos 12 minutos, depois de início de partida complicado, em que a equipa da casa até tinha tido a melhor, a única, na verdade, oportunidade para marcar até então — faltou um bocadinho assim ao chapéu de Trezza para bater Trubin.
Não serve isto para tirar mérito ao Benfica. Pelo contrário. As grandes equipas também se fazem da forma como aproveitam os momentos positivos. Vencer sem jogar particularmente bem é um dos segredos dos campeões, porque ninguém triunfa esmagando sempre.
E é mais fácil vencer sem jogar bem — o que nem é totalmente o caso do que aconteceu em Arouca, porque a segunda parte da equipa de Bruno Lage foi muito boa e justificava mais golos; chegar ao intervalo a ganhar, isso sim, causou estranheza para o pouco que a equipa produziu — quando se está numa onda positiva. É o que acontece neste momento com o Benfica. E o que não acontece no outro lado da Segunda Circular.
Os jogos fazem-se de momentos, de pequenas histórias, e às vezes as explicações elaboradas para encontrar razões para os resultados são inúteis. O Benfica está bem e Fontán marca na própria baliza. O Sporting está mal e Gyokeres falha um golo que há um mês quase seguramente marcaria.
Claro que simplificar e atribuir tudo à sorte é perigoso e injusto. O Sporting, contra o Santa Clara, teve um volume ofensivo muito inferior ao que se vira até aqui em qualquer jogo do campeonato, e se a ausência de Pedro Gonçalves explica algumas coisas, não pode servir de desculpa para tudo. E o Benfica, no Mónaco, mesmo revelando fragilidades defensivas que também se viram este domingo na noite de Arouca — de tal forma que permitiu que os monegascos marcassem quando estavam reduzidos a dez —, mostrou uma convicção assinalável de que era possível obter um bom resultado, mesmo quando perdia a poucos minutos do final.
Nem tudo está bem na Luz e nem tudo está mal em Alvalade. Só que o momento do Benfica é bom e o do Sporting não, e às vezes isso faz toda a diferença.