Alarme no dragão

OPINIÃO19.07.201804:00

1 - Soaram as campainhas no dragão. As palavras de Sérgio Conceição após a derrota no particular frente ao Portimonense não foram apenas um pedido de reforços, foram um grito de revolta que só apanhou desprevenidos os mais incautos. Basta analisar como tem sido até agora o débil ataque ao mercado, além das fugas para outras paragens de jogadores teoricamente encaminhados (Bissouma ou Róger Guedes). A pouco mais de duas semanas do primeiro jogo oficial, frente ao Desportivo das Aves (4 de agosto, Supertaça Cândido de Oliveira), é grave que um treinador campeão nacional não tenha sequer um esboço de como vai ser a sua defesa (ainda sem substitutos para Marcano e Reyes, que saíram a custo zero), não saiba com que médios vai contar (Herrera vai continuar?) e se vai ou não ter jogadores fundamentais no ataque, como Marega ou Brahimi - e, se continuarem, se vão manter o mesmo regime de compromisso de 2017/2018. Noutros tempos, nunca o FC Porto a saborear um título tão importante (impediu o penta do Benfica, feito que continua a ser um exclusivo dos portistas) estaria tão atrasado nos trabalhos de casa. Mais: nunca chegaria ao cúmulo de ver o seu treinador dar um raspanete público à administração da SAD. Algo vai mal na casa azul e branca. E não parece ser apenas um problema de finanças.

2 - Platon Antoniou foi o autor da famosa foto de proximidade a Vladimir Putin para a Time, em 2007. Contou mais tarde que nunca conhecera ninguém que emanasse tanto poder. Talvez seja por isso que ao lado do presidente russo todos os outros pareçam demasiado humanos, percam o jeito e, por vezes, sejam mesmo patetas, chamem-se eles Donald Trump ou Gianni Infantino. O momento da entrega do título de campeão do mundo à França foi de um amadorismo que entrará para a história do «melhor mundial de sempre» segundo as palavras do líder da FIFA - ou Infantino a querer armar-se em Samaranch. Não havia necessidade.