A oportunidade de João Almeida
O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e mais cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta
Ainda durante o Tour, João Almeida soube que a Vuelta se seguiria no seu programa. A decisão da sua equipa foi lógica, após o português mão ter sido selecionado pela Federação Portuguesa de Ciclismo para os Jogos Olímpicos. A UAE Emirates conta com o seu segundo corredor mais bem classificado nesta edição Volta a França para a coliderança da formação, com o britânico Adam Yates (3.º na hierarquia da equipa na corrida francesa em 2024), reeditando o duo-vencedor da Volta à Suíça, prova que antecedeu a Grande Boucle. Juan Ayuso, que estava pré-convocado, fica de fora do octeto para a corrida espanhola devido a comportamento não-profissional no Tour.
Almeida tem de ver oportunidade de uma carreira e agarrá-la como se não houvesse outra (que certamente haverá) de vencer uma grande Volta, sua ambição assumida e reiterada. Não se sabe como é que João recuperará física e mentalmente depois do ótimo quarto lugar no palco mais alto do ciclismo mundial, se apesar de todo o brio profissional conseguirá evitar a descompressão.
O que se sabe é que o desempenho de Almeida no Tour confirma-o mais perto e cedo do que provavelmente o próprio julgaria de vencer uma grande Volta. Com essa motivação e sem Primoz Roglic, a recuperar de lesão, como mais forte opositor (além das ausências de Pogacar, Vingegaard e Evenepoel, únicos a batê-lo no Tour) e o impulso do público português nas primeiras três etapas, João Almeida poderá conquistar a Vuelta. E de fazer história.