Opinião A hora de Frederico Varandas

OPINIÃO29.10.202418:00

Provavelmente a hora chegou mais cedo que o previsto, mas é agora que o Mundo vai saber se o projeto do Sporting está assente em bases sólidas ou numa dupla de pessoas conjuntural

É absolutamente incrível o rasto de simpatia criado por Rúben Amorim ao longo dos últimos quatro anos. Novos, velhos, gente de todos os clubes e de vários quadrantes não se cansou de elogiar o trajeto e, sobretudo, a atitude pública do jovem treinador. Discreto qb enquanto jogador (embora quem com ele convivia soubesse do sentido de humor acima da média e da simpatia natural), soube capitalizar o próprio trabalho — antes de mais e acima de tudo — e uma invulgar capacidade de comunicação.

Os últimos dois dias foram vividos com particular intensidade pela esmagadora maioria dos adeptos portugueses de futebol. Os do Sporting a perceberem a iminência de uma saída anunciada mas não para já, os do Benfica e do FC Porto sem conseguirem esconder um misto de alegria e alívio por verem partir aquele que é considerado quase unanimemente como o dínamo de um certo domínio conjuntural dos leões no panorama nacional.

Os adeptos verdes e brancos estão (estavam?) muito confiantes na conquista do bicampeonato e os outros, mesmo vendo as respetivas equipas a melhorar progressivamente as performances, receosos do embalo que o rival leva na Liga.

Chegou a hora, mais cedo do que o presidente do Sporting esperaria, de Frederico Varandas provar que o facilmente elogiável projeto leonino está assente em pressupostos estruturais e não apenas conjunturais. Simplificando: o Sporting dos últimos anos foi uma construção serena e sustentada, aproveitando a boa escolha dos recursos Rúben Amorim/Hugo Viana, ou tratou-se de um projeto conjuntural comandado essencialmente por esta dupla, e portanto difícil de transformar em processo, que é no fundo o objetivo de qualquer projeto?

A escolha de João Pereira para a sucessão imediata é um ato refletido e de sequência lógica ou apenas o caminho possível nesta altura?

É nisto, no que se passará no imediato e nos próximos anos — e obviamente, porque falamos de futebol, serão os resultados a determiná-lo — que reside a questão que assola atualmente sportinguistas, benfiquistas e portistas.

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