A decisão mais difícil de Rui Costa
Roger Schmidt e Rui Costa, Foto SL BENFICA

A decisão mais difícil de Rui Costa

OPINIÃO25.04.202418:15

Se Rui Costa for contra a corrente vai comprar uma guerra e enfrentará tarefa hercúlea

Em que berbicacho está metido Rui Costa! O presidente do Benfica enfrenta a decisão mais difícil do mandato: manter ou dispensar Roger Schmidt.

Se o líder escutar a voz da massa adepta, não a barulhenta e incivilizada minoria que se insurgiu em Faro, mas da que efetivamente conta e deve ser ouvida, e o próprio, como poucos na nação encarnada, saberá auscultar, então o treinador terminará a carreira no clube.

A maioria (arrisca-se) esmagadora dos benfiquistas não quer a continuidade de RS. Os fundamentos do fracasso, mais do que os resultados, esta época criaram aversão ao técnico, retirando-lhe benefício da dúvida, que justamente mereceria por contingências que contribuíram para o insucesso, mas não lhe devem ser exclusivamente imputadas. Desde logo, o inconcebível rol de reforços falhados, que se repercutiu em irremediável mau futebol.

Mas cometeu equívocos. O maior, ter teimado em equipa sem n.º 6, até que nela teve de repor Florentino. Mais do que a gestão (desequilibrada) do plantel, porque, convenhamos, no grupo há muita parra e pouca uva. Sem (bons) laterais e sem pontas de lança (que cumpram a principal função: marcar), por mais que se peça a médios criativos (Kokçu), extremos municiadores e gazuas (Neres, Rafa) ou ao talento puro que desequilibre (Di María) — e amiúde decidiu... —, não se pode pedir sequer sistema de jogo eficaz e muito menos resultados.

Se RC despedir RS, preconizará política de terra de queimada. Fim de ciclo. Um ano depois deste ser o treinador. Mais uma prospeção pelo perfil certo, outra carrada de dispensas e contratações. Ao invés, se RC for contra a corrente, vai comprar guerra, enfrentará tarefa hercúlea que lhe poderá custar o futuro no Benfica. E por isto, futuro é o que RS não deverá ter no clube.

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