A análise de Duarte Gomes ao Eslováquia-Portugal

Palhinha escapou por três vezes ao amarelo

Glenn Nyberg foi designado pela UEFA para dirigir o Eslováquia/Portugal. O jogo de Bratislava teve como VAR o neerlandês Pol van Boekel. O internacional sueco, de apenas 35 anos, ostenta as insígnias da FIFA desde 2019. Em termos técnicos, Gleen Nyberg não teve problemas durante o jogo, acompanhando as jogadas de muito perto e mantendo relacionamento diplomático com todos os jogadores, mas disciplinarmente é quase incompreensível (e inaceitável) que tenha permitido que Palhinha terminasse o jogo de ontem em Bratislava sem ter sido advertido. O médio português, que entrega sempre intensidade às suas intervenções, escapou por três vezes ao cartão amarelo. Segue análise técnica aos lances mais relevantes do encontro entre Eslováquia e Portugal:

2’- Palhinha varreu Lobotka, rasteirando-o com dureza e negligência. O árbitro aplicou a vantagem, mas devia ter advertido o internacional português na primeira interrupção. A infração não deixou margem para outra decisão.

14’- Fora de jogo bem assinalado ao ataque da seleção eslovaca. Haraslin estava adiantado à esquerda quando a bola lhe foi passada por um colega de equipa.

21’- Palhinha saltou à bola mas quando esta ainda estava bem no ar, levantou o braço esquerdo na direção do rosto de Kucka, atingindo-o de forma antidesportiva. O árbitro não se apercebeu e o médio português voltou a escapar à merecida advertência.

29’- Duda e Palhinha fizeram carrinho deslizante em direção à bola, acabando por chocar no solo. Nenhum cometeu infração, ambos tentaram apenas chegar primeiro de forma legal. A lesão dos dois foi decorrente dessa movimentação. Esteve bem o árbitro ao nada assinalar.

29’- Haraslin caíu já dentro da área portuguesa, na sequência de corte legal de Rúben Dias. O central português esticou o pé esquerdo e tocou apenas na bola. Esteve bem o árbitro nesta análise.

36’- Ivan Schranz derrubou Rafael Leão, na sequência de entrada fora de tempo. O árbitro sueco decidiu-se pela advertência (eventualmente devido à forma como Rafael Leão caíu no solo), mas a rasteira em si não foi negligente. É de referir que o critério disciplinar ali exercido (rigoroso) não foi coerente com a análise efetuada a algumas infrações cometidas anteriormente.

45’- Cristiano Ronaldo caíu já perto da área adversária e esboçou pedido de falta, mas o árbitro - bem colocado e pertíssimo da jogada (denotou condição física de excelência) - analisou corretamente: o desarme foi legal. Logo a seguir sim, Bruno Fernandes sofreu infração cometida por Kicka, que Nyberg sancionou.

53’- Duda agarrou a camisola de Diogo Dalot de forma ostensiva, impedindo a sua progressão. A ação antidesportiva do eslovaco foi bem punida com advertência.

62’- Cristiano Ronaldo falhou o domínio da bola e tentou corrigir a falha com entrega algo desmedida ao lance. Por força disso, arriscou leitura mais rigorosa por parte do árbitro da partida, no entanto o cartão amarelo que viu acabou por ser bem mostrado e por dois motivos: num primeiro momento o experiente capitão português esticou o pé direito na direção da bola, tocando-a e só depois atingindo o peito do guarda-redes eslovaco Dubravka. Na sequência, Cristiano Ronaldo levantou o pé esquerdo para evitar o contato com rosto do guarda-redes eslovaco, o que conseguiu. Ainda assim, não mediu o perigo da ação e foi advertido pelo árbitro com justiça.

86’- Mais uma vez, ficou por exibir cartão amarelo a Palhinha, desta vez por agarrar um adversário de forma a impedir taticamente que iniciasse saída atacante. A ação do jogador português foi antidesportiva. Na sequência da decisão e devido a eventuais protestos, o selecionador italiano da Eslováquia foi advertido de forma algo desrespeitosa e pouco prestigiante para um juiz de categoria internacional.

90+4’- Cristiano tentou forçar a passagem para a área adversária, caindo ao sentir toque lateral de Pekarik. O lateral não cometeu qualquer infração sobre o internacional português. Esteve bem o árbitro ao nada assinalar.