Rúben Amorim ‘vale’ 300 milhões

Sporting Rúben Amorim ‘vale’ 300 milhões

NACIONAL08.06.202312:55

Foi a 5 de março de 2020 que Frederico Varandas vaticinou algo que, três temporadas volvidas, parece bater certo. «Há uma mudança de paradigma. Amorim vai potenciar e criar valor. Acreditamos que o treinador certo num ano valoriza um plantel em 30 milhões. Às vezes o que é aparentemente caro sai barato e o nosso critério foi a competência. Rúben Amorim é o treinador do nosso projeto», disse o presidente sportinguista quando apresentou o atual treinador, pagando por ele qualquer coisa como 10 milhões ao SC Braga.


Pois bem, terminada que está a terceira época completa de Rúben Amorim como treinador principal dos leões, além dos títulos conquistados, chega-se à conclusão que Frederico Varandas errou apenas num prognóstico: o da valorização do plantel em 30 milhões. Rúben Amorim fez muito mais que isso e a verdade é que entre vendas de jogadores e receitas da Champions o técnico já fez entrar quase 300 milhões de euros nos cofres do Sporting, grande parte dessa receitas através da valorização de jogadores.


São muitos milhões de euros, indispensáveis à consolidação financeira do Sporting, mas também à implementação do projeto do presidente sportinguista de aposta no jovem talento com rentabilização desportiva e financeira. Se o Sporting hoje, como qualquer rival, necessita e necessitará sempre de realizar receitas extraordinárias na venda de jogadores, a exigência do pagamento da cláusula de rescisão tem muito a ver com a solidez financeira conseguida nestes últimos anos. Um trabalho no campo por Rúben Amorim, mas de toda uma estrutura ligada ao futebol, a começar pelo diretor desportivo Hugo Viana, e na Direção com Frederico Varandas, Salgado Zenha e restante elementos da Direção.

A primeira grande transferência foi a de Nuno Mendes para o PSG, primeiro por empréstimo, depois a título definitivo. Agora internacional português, mas um jovem desconhecido da formação que teve palco com Amorim rendeu os 45 milhões da cláusula de rescisão. Seguiram, já no verão de 2022, João Palhinha para o Fulham e Matheus Nunes para o Wolverhampton. Dos cinco jogadores valorizados e que renderam milhões, foram os únicos que não saíram pelo valor da cláusula de rescisão.
Já esta temporada, no mercado de janeiro, foi a vez do Tottenham pagar (também em duas vezes) os 45 milhões exigidos pelos leões por Pedro Porro, o mesmo sucedendo agora com Manuel Ugarte (PSG).


Duas vendas que dão conforto financeiro aos leões para segurar outros craques também cobiçados, a não ser que surjam propostas pelo valor da cláusula. E se esses, mais cedo ou mais tarde, também sairão do Sporting.


No terreno, Rúben Amorim já prepara novos talentos para rentabilizar desportiva e financeiramente. Não apenas na qualidade que vai emergindo da formação, mas também das apostas do leão nos mercados estrangeiros.