Defendendo que «a equipa tem de estar cada vez mais unida para fazer face a todas estas adversidades que vão acontecendo no nosso caminho», Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, esteve esta noite no programa 'Raio-X', na estação de televisão do clube, e teceu duras criticas ao trabalho do árbitro João Pinheiro na partida entre os leões e o FC Porto, na final da Taça da Liga, ele que já havia assinado arbitragens polémicas em partidas entre as duas equipas, sobretudo aquela que decorreu no Dragão e terminou com um grande 'sururu' e expulsões à mistura.
«A grande questão é que entre um jogo e o outro passou um ano e, se não estou em erro, o João Pinheiro já arbitrou mais clássicos entretanto e a sua exibição no Benfica-FC Porto, se não estou em erro, acabou por ser elogiada», disse Miguel Braga, acrescentando: «A questão não é a nomeação, antes o que se passa dentro de campo. Isso é aquilo que acabou por marcar mais uma vez o jogo e João Pinheiro tem o condão de, mais uma vez, nos tirar um título por causa da sua exibição. A conclusão a que se chega, e ouvindo as palavras do presidente, é que é muito fácil expulsar jogadores do Sporting, da mesma forma que é muito difícil expulsar jogadores do FC Porto.»
Miguel Braga apresentou depois alguns números. «Para se ter uma ideia dos números que o presidente estava a falar, o FC Porto, apesar de ter tido expulsos nestes cinco jogos, nunca jogou em inferioridade numérica contra nós. Sabe quanto tempo o Sporting, em cinco jogos, jogou com menos um? E só estou a contar até aos 90 minutos. 86 minutos! Ou seja, em 5 jogos, o Sporting jogou 86 minutos em inferioridade numérica contra o FC Porto. E isto é, no mínimo, causa para reflexão, e para se tentar perceber o que se poderá passar.
- O presidente diz isso, que houve o tal rigor, sempre muito bem aplicado aos jogadores do Sporting, mas se olharmos para todo o jogo nunca houve esse rigor para os jogadores do FC Porto, porque se não o jogo teria sido outro, com mais do que uma expulsão para o FC Porto, até ao momento do Paulinho. E no momento do Paulinho, e as imagens circularam, viram-se as provocações constantes dos jogadores do FC Porto aos jogadores do Sporting, simulações, e nada disso foi sancionado pelo árbitro ou pelo VAR. Há um dos lances que o árbitro poderá ter desculpa para não ver, diria que para o VAR essa desculpa não existe, porque está lá exatamente para ver estas agressões, este tipo de faltas que poderão falhar ao árbitro», disse.
E reforçou: «A conclusão a que se chega, depois de analisar, a facilidade com que se expulsa jogadores do Sporting, e de em 5 jogos termos jogado 86 minutos em inferioridade numérica com o FC Porto, é que chegou a altura das pessoas que gostam de futebol refletirem um bocadinho sobre estes números.»
O responsável criticou ainda a forma como o FC Porto disputou o jogo. «Já para não falar que houve duas partes completamente distintas, uma em que se jogou futebol e onde tivemos a infelicidade de estar a perder quando merecíamos estar a ganhar, e depois a segunda parte, onde não se jogou futebol e onde houve uma equipa a provocar. E nestas constantes simulações e picardias, e a dar beliscões e a fazer estas malandricezinhas, e depois ficam todos muito contentes porque levam a sua a avante», realçou, culpando depois «duas equipas» por essa situação: «Foi pena para o futebol português não se ter mantido o nível da primeira parte, mas isso não aconteceu graças a duas equipas e nenhuma delas é o Sporting, mas sim à de arbitragem e ao FC Porto, obviamente.»
Miguel Braga não tem dúvidas. «Perante o que temos dito e pelo que foi escrito, a partir do momento em que uma equipa de arbitragem não vê uma agressão, não marca várias faltas, não dá amarelos a simulações, que faz tantos erros, infelizmente todos para o mesmo lado, acaba por influenciar obviamente o resultado», destacou, apontando ao, na sua opinião, erro mais grave: «O erro mais clamoroso é não ver uma agressão aos 67 minutos e acaba por amarelar o Pedro Gonçalves […] Um amarelo mal mostrado ao Sporting e vermelho poupado ao FC Porto.»
Miguel Braga voltou a acentuar a importância dos áudios entre árbitro e VAR serem divulgados, aproveitando para dar uma bicada ao Arouca. «No jogo do Arouca teria sido bastante útil até para os responsáveis do Arouca não revelarem o seu desconhecimento relativamente ao protocolo do VAR, teriam tido ali uma lição, ao vivo, a cores e em direto. Por isso esta parte pedagógica da explicação, acaba, como dissemos, por retirar algum do ruído que existe à volta do futebol porque está la a explicação, esperamos nós, porque ainda não vimos essa experiência a ser feita em Portugal, mas a ideia da comunicação entre o VAR e o árbitro serem audíveis para quem está em casa ou no estádio, tem exatamente este caráter didático», disse.
«Espero que seja realidade em Portugal num futuro muito próximo. E isso vai ajudar a perceber algumas das decisões que são tomadas. E dar conhecimento das regras do jogo às próprias pessoas o que acaba sempre por ser interessante», acrescentou.
A finalizar, o responsável mostrou-se confiante para a receção ao SC Braga: «Temos um jogo muito difícil, o primeiro da segunda volta, esperamos que a equipa se sinta confiante pelo que jogou e vá atrás do resultado que interessa, que é a vitória.»