O Benfica, confrontado ontem pelo nosso jornal, reagiu à notícia (publicada anteontem pelo Expresso) de que Edgar Costa, capitão de equipa do Marítimo, em 2019, confessou, em contexto de investigação do Ministério Público, ter sido contactado pelo empresário Miguel Pinho dois dias antes do jogo com o Benfica na Madeira, na penúltima jornada da temporada 2015/2016, e que este lhe ofereceu 30 mil euros para jogar mal e não rematar à baliza.
«O Sport Lisboa e Benfica desconhece as matérias concretas em investigação no processo em causa por nunca ter sido com elas confrontado e por lhe ter sido negado o acesso nas várias ocasiões em que pediu a sua consulta. Em qualquer caso, mesmo que assim não fosse, o Sport Lisboa e Benfica jamais faria comentários relativos a processos em segredo de justiça, muito menos sobre alegações relativas a terceiros», diz o Benfica.
A BOLA tentou falar com Edgar Costa, mas o jogador não atendeu o telefone. Já Rui Fontes, o atual presidente do Marítimo, à margem de uma iniciativa que decorreu ontem na Madeira, aceitou comentar o caso. «Essa situação faz parte de outros tempos. Não faz parte do meu tempo no Marítimo. Não tenho nada a ver com esse assunto. O jogador já fez o seu papel, que foi aquele que veio no Expresso. Timing da notícia? Não sou analista político, nem desportivo. O jogador já disse aquilo que tinha a dizer nas instâncias onde tinha que dizer, por isso, neste momento, é um assunto encerrado. Não sei de nada, esse é um processo que está a ser investigado, que certamente está em segredo de justiça», finalizou Rui Fontes.
O nosso jornal também procurou ouvir a versão de Miguel Pinho, mas o empresário recusou falar sobre este assunto. Miguel Pinho, situe-se, ganhou protagonismo por agenciar Bruno Fernandes e por ter participado na transferência deste do Sporting para o Manchester United. Mas também agencia, por exemplo, Nuno Mendes (que transferiu para o PSG) ou Gonçalo Inácio.
O relacionamento de Miguel Pinho com o Benfica cresceu sobretudo devido a uma forte presença do agente na formação encarnada, onde representava os interesses de vários jovens. Miguel Pinho perdeu espaço desde que Rui Costa chegou à presidência das águias, mas o empresário ainda gere, por exemplo, a carreira de Cher Ndour, médio internacional italiano de 18 anos da equipa B, campeão pelos encarnados na Youth League e da Intercontinental sub-19, que termina contrato no próximo verão e ainda não tem acordo para renovar.