O selecionador inglês Gareth Southgate, de 52 anos, confessou esta quinta-feira ter considerado demitir-se do cargo ainda antes da fase final do Mundial do Catar-2022, para não desestabilizar a seleção dos ‘três leões’, campeã mundial no Inglaterra-1966 mas que, em novembro e dezembro, ficou nos quartos de final do Campeonato do Mundo, eliminada pela França (1-2), mas que acabou por continuar devido ao entusiástico apoio que revelou ter recebido quer dos profissionais, quer dos adeptos.
«A última coisa que, enquanto selecionador, queres, é que a tua presença seja foco de divisão e, de alguma forma, inibidora das prestações dos jogadores e das exibições da equipa», confessou neste dia o antigo jogador, que levou a Inglaterra a vice-campeã europeia no Euro-2020 (jogado em 2021), perdendo a final em Wembley (Londres) no desempate por penáltis, diante da Itália.
As vaias à seleção após o 0-4 ante a Hungria no Estádio El Molineux (Wolverhampton), em junho de 2022, em encontro a contar para a Liga das Nações.
«Nunca quis que estar ali afetasse a equipa de forma negativa. Não pensei, sinceramente, que fosse esse o caso, mas achei por bem tirar um tempo [após o Mundial-2022] e refletir sobre como me sentia e se era a coisa certa, continuar com este projeto para a frente. Queria ter a certeza de que ainda tenho o entusiasmo, a ambição e a adrenalina de sempre», admitiu neste dia Gareth Southgate a Dan Roan, editor de Desporto da BBC.
«Este cargo [selecionador] é o maior privilégio da minha vida. E a decisão acabou por não ser difícil de tomar, analisada a qualidade das nossas exibições e a evolução da equipa. A equipa ainda está a crescer, mas todos acreditam no que temos vindo a fazer. A eliminação [nos quartos de final do Mundial-2022] foi mesmo muito difícil de digerir, mas o apoio dos adeptos e dos jogadores, definitivamente, levantou-me», confessou o selecionador de Inglaterra, numa entrevista realizado no respetivo centro de treinos, St. Georges Park, em que acaba por confirmar ter estado muito perto de resignar, por sua opção.
«A Inglaterra é, agora, uma seleção extremamente competitiva, jogue seja com quem for. E estou muito confiante nas nossas possibilidades de êxito no próximo Europeu, na Alemanha [2024]» afiança quem há sete anos comanda a Inglaterra (desde 27 de setembro de 2016), mas após o desaire ante os franceses no Catar pensou ‘bater com a porta’ mas acabou, a 18 de dezembro, por ver a FA anunciar a renovação do seu vínculo até depois do Euro-2024.